A diferença entre jornalismo e o sensacionalismo; nem tudo é notícia | O Democrata

Todos os dias, somos impactados por diversas notícias em inúmeros canais. É só pensar que, ao acordar, visualizamos, nem que seja rapidamente, o celular para nos atualizar. Afinal, vai que algo muito importante aconteceu enquanto estávamos dormindo, não mesmo? No caminho para o trabalho, é comum ligarmos o rádio para acompanhar o noticiário. Ao tomar café da manhã, continuamos recebendo informações pela televisão, que ganha brevemente nossa atenção, pois acaba ficando em segundo lugar na disputa com os alerta do celular, aparelho que faz questão de nos avisar que novas mensagens chegaram.

“Hoje, já existem mais de 3 bilhões de sites na internet e 1 septilhão de bits de informação e estima-se que em 2020 isso será seis vezes maior”, ressalta uma matéria publicada no Blog da Michelle Avanci.

Essa realidade parece tão rotineira e tão comum, mas há bem pouco tempo não tínhamos tantos canais de informação. E isso significa dizer que o profissional de comunicação convivia com um cenário muito mais equilibrado, pois havia uma lista de veículos e cada um atendia a uma necessidade específica, a uma estratégia alinhada aos interesses da empresa. Atualmente, no entanto, a realidade é completamente diferente. Há uma multiplicidade de canais e, com isso, muitas oportunidades. E o cenário? Tornou-se caótico.

O livro “Comunicação Empresarial”, do autor Paul Argenti, traz um levantamento histórico que contribui de forma grandiosa para o assunto que estamos tratando. Argenti diz que, em 1983, cinquenta corporações controlavam a grande maioria dos noticiários nos Estados Unidos; e que, em 2004, somente cinco grandes empresas controlavam e operavam 90% dessa “mídia de massa” no país. “Para você ter uma ideia, uma edição do jornal New York Times contém mais informação do que uma pessoa recebia durante toda a sua vida 300 anos atrás. E hoje, através de textos, mensagens e troca de dados, uma pessoa é capaz de comunicar seis jornais completos por dia!”, segundo informações extraídas do Blog d Michelle Avanci.

Se para os especialistas essa questão é um desafio, imaginem para as outras áreas da companhia? Em reuniões, é costumeiro os executivos esperarem contratos firmados: “essa informação eu consigo emplacar no Valor Econômico?”, eles questionam. Mas isso já foi possível algum dia? Obviamente, não. Há muitos fatores envolvidos em uma negociação com jornalistas. Agora, pensem: como é possível dar garantia prévia acerca de resultado em um ambiente que se modifica constantemente? Impossível.

Os jornalistas do outro lado da linha, sempre atarefados e preocupados com o deadline, param para ouvi-lo. Só isso já demonstra que o assessor conhece o terreno e está pronto para usar todas as ferramentas de convencimento para conquistar uma entrevista ao porta-voz da empresa.

Pode ter certeza que a informação que a empresa forneceu para ele foi complementada com dados, perspectivas, análises, tendências, enfim, dados que possam contribuir na argumentação. Como essa busca é diária, o profissional que atua nesta área já consegue pensar nos ganchos que ele poderá fazer para “vender” uma pauta no momento exato que está recebendo a informação, seja numa reunião, numa conferência telefônica ou por e-mail.

Na cabeça deste cidadão, funciona uma redação inteira em reunião de pauta

Assessores de imprensa não perdem uma pauta por nada. A grande motivação deles está em justamente criar uma estratégia e conseguir os resultados que a empresa espera que eles consigam. Na verdade, eles estão sempre em busca do impossível. Querem surpreender! Um dos orgulhos dele é ligar para o cliente dizendo que conseguiu um espaço em um dos principais veículos do Brasil. Antes da ligação, há sempre uma comemoração com uma batidinha na mesa e um sorriso largo que denuncia que, naquele momento, ele está se sentindo o melhor, o mais f$#@!

Então, se este profissional disser que a informação não é notícia, pode apostar que não é má vontade. Na cabeça dele, já passou milhares de “se” para tentar encontrar uma solução, uma saída, uma abordagem vencedora capaz de virar manchete. Ele já se imagina ligando para o jornalista e até pensa nas perguntas que este o faria. Tem um detalhe importante que não mencionei acima: os jornalistas não são sempre simpáticos e essa negociação não acontece de maneira harmoniosa, como amigos de profissão, em que um inevitavelmente precisa do outro.

Como começar a entender o que realmente é ou não notícia

A pergunta que você deve estar se fazendo neste momento é “como sei o que é notícia?”. Infelizmente, esta é uma questão que os especialistas irão responder depois de analisar alguns pontos como momento econômico, político, riscos à imagem e reputação da empresa, qualidade nos dados, ou seja, se há números e informações inéditas. Diante das complexidades apresentadas, sugiro que a sua empresa conte com um jornalista. É uma maneira estratégica para figurar nas principais publicações do país de maneira espontânea – que tem mais influência sob os leitores.

Leia parte do livro Comunicação Empresarial para não parecer que estou apenas vendendo o peixe. Para o autor, “as empresas deveriam contratar consultorias externas para aconselhamento ou informações (por exemplo, como consultores), para ajudar em uma matéria específica ou quando surgir uma crise” […] Esse tipo de comunicação pode ser valioso para uma empresa tentando divulgar sua mensagem para uma plateia ampla”.

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