Comenta-se pela aí que o passarinho verde bateu asas para muito além do seu recanto predileto enquanto a loira, com os olhos marejados de lágrimas, mas, ainda assim, perfumada e bem penteada, foi vista em elegante traje preto, a circular desolada pelas alamedas do Cemitério da Paz, na última terça-feira…
Na galeria dos são-roquenses inesquecíveis, o professor Elcio Roque Boccato, por mais de meio século, redator chefe do registro semanal da vida da cidade, terá perene posição destacada e seu nome em eterna evidência, para sempre estampado no cabeçalho do arquivo histórico do Jornal O Democrata.
No meu relicário da memória e do coração, reservado às pessoas que me têm sido mais preciosas e importantes ao longo da vida, o amigo Elcio Roque Boccato, com suas histórias, seu humor maroto e suas personagens inesquecíveis, também ocupa e sempre ocupará lugar de destaque.
A oportunidade que me deu ao publicar meu primeiro texto nas páginas de O Democrata, em 1998, foi o início de uma amizade carinhosa, cuidadosa e verdadeira que me proporcionou inúmeros momentos de aprendizado, honra e alegria.
Guardarei suas muitas lições, seus muitos conselhos e nossas muitas lembranças como um raro tesouro, daqueles que o tempo e a distância não corroem, mas, isto sim, tornam-se mais valiosos na medida em que são mais e mais envoltos pelas saudades.
Obrigada, querido amigo, por ter-me aberto as páginas de O Democrata e, sobretudo, as portas do seu coração.
Descanse em paz, nos braços do Senhor.
Saudades, Simone Judica