“AS FESTAS E COMILANÇAS… MAS, O BARULHO, GRRRRR!” | O Democrata

Certa vez quando estava parado e preso no trânsito da cidade de São Paulo, presenciei uma cena inusitada. Estava um calor quase insuportável e o carro de uma senhora estragou bem no meio do congestionamento. Isso seria um pesadelo para qualquer um, mas ela não entrou em pânico. Manteve a cabeça no lugar e estava fazendo o melhor que podia para ligar seu carro novamente. Depois de um ou dois minutos, o motorista logo atrás dela começou a buzinar impiedosamente.

Buzinava tanto e gritava palavras mal educadas sem parar. Depois de alguns momentos da incessante buzina, a mulher saiu do carro, caminhou até o homem no carro atrás dela e educadamente disse:

– Senhor; estou tendo dificuldades para ligar o meu carro. Se você puder fazer o favor de me ajudar e tentar ligar o motor dele, eu ficarei muito feliz em me sentar aqui no seu lugar e ficar buzinando sem parar para você.

Sei que nessa primeira crônica do ano e pelo assunto em pauta nesta coluna, arranjarei alguns discordantes, mas não poderia deixar de explanar meu descontentamento com o excesso de decibéis emitidos pelos fogos, batuques e pagodes que explodiam os ouvidos dos seres humanos e dos nossos animaizinhos de estimação durante as festas de final de ano. Até a meia-noite e porque não dizer até um pouco mais, a gente suporta, entra no ritmo. Mas depois das duas da matina, tem gente doente, idosos, bebês e outros que desejariam dormir um pouco.

Deixando de lado os sons dos carros que fazem questões de atrapalharem a noite de quem quer dormir, pergunto: você não acha que em relação aos fogos estes poderiam ser menos estrondosos? Tem um rojão, que produz alguns estouros até toleráveis, mas o ultimo deles faz tremer o chão e até as vidraças das residências. Na casa onde passei o Réveillon tinha uma cachorra de um ano de vida mais ou menos, que pertence aos meus netos e que sofreu tanto com o barulho infernal dos fogos.

Para que não endoidasse de vez, foi preciso encher seus ouvidos de algodão. Será que os bonitões que soltam esse “bobos” barulhos incomodantes, gostariam de passar o ano novo com ouvidos tapados? E os especialistas, que dão receitas para tapar os ouvidos dos animais? Será que eles nos deixariam tapar os seus? Em Sorocaba, os vereadores criaram a lei que proíbe a queima de fogos próximo a residências. Nossos animais agradecem.

Em São Paulo, a virada do ano não foi de festa para a família de Nina que perdeu a vida durante a queima de fogos na passagem do ano. Após a cadela falecer, a dona fez uma publicação no Facebook relatando a morte de Nina e afirmando que o animal morreu de susto porque os vizinhos soltaram artefatos explosivos. A publicação feita pela dona da Nina no Facebook chegou a mais de 95 mil compartilhamentos, e neste mês, Nina faria 2 anos.

Não viva só pensando em você, pense um pouco nos outros.
Um abraço do Bispo Cláudio Gonçalves, que já marcou horário com o Otorrino.

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