As tragédias anunciadas | O Democrata


O homem em sua prepotência, sempre achou que pode impor regras à natureza fazendo valer sua vontade. Em decorrência disso, já experimentou inúmeras experiências amargas, sem que as mesmas tenham feito com que ele se conscientizasse da sua eterna dependência às leis naturais e cósmicas.

É importante lembrar aqui a lei de Murphy, a qual afirma que, se algo pode dar errado, com certeza dará. Murphy foi o engenheiro aeroespacial Edward Aloysius Murphy que formulou essa lei em 1949, depois de descobrir que todos os eletrodos de um equipamento para medir os efeitos da aceleração e desaceleração em pilotos estavam mal conectados. De lá para cá esse conceito é muito usado, pois se aplica de forma irredutível em todas as situações.

Já vimos usinas nucleares, operadas dentro das mais altas tecnologias e prevenção de acidentes, sucumbirem como castelos de cartas, frente às adversidades da natureza, tal como aconteceu com os complexos de Chernobyl na Ucrânia, e Fukushima no Japão. A primeira foi vítima de uma falência de material, que fez com que uma turbina explodisse, a segunda, sucumbiu devido a um tremor de terra que causou a ruptura de suas paredes com o inevitável vazamento radioativo.

No Brasil, estamos convivendo com as tragédias nas cidades de Brumadinho e Mariana, ambas em Minas Gerais, cujas rupturas de suas barragens com rejeitos de mineração causaram muitas mortes e destruições.

Ambas as estruturas fazem parte do sistema de extração de ferro, que utilizam processos arcaicos e irresponsáveis, para funcionarem, precisando armazenar em um local os rejeitos da sua produção. A técnica utilizada produz volumes monstruosos de lama, uma vez que grande quantidade de água é utilizada nos procedimentos, resultando em verdadeiras “bombas relógio”, na qual consistem esses armazenamentos gigantescos.

Da forma como existem, as barragens são verdadeiras tragédias anunciadas com tempo incerto para acontecerem, e, lembrando a lei de Murphy, elas vão ocorrer em algum momento futuro.

O que causa indignação é saber que esse sistema arcaico utilizado pelas mineradoras é totalmente obsoleto, e só é utilizado devido ao baixo custo que o mesmo representa. A informação foi dada em entrevista por um técnico do setor, que mostra as grandes diferenças de custo entre a empresa que se vale da água para sua produção, e uma que faz tudo a seco e sem o uso de barragens. O processo é muito mais caro, mas preserva o meio ambiente e não coloca vidas em risco como vem acontecendo.
Mais uma vez vemos que a ganância empresarial é um dos maiores inimigos do homem, e que devido a ela, a vida tem pouco valor, e é descartada em prol dos lucros dos acionistas.

Estamos aos poucos destruindo o único mundo que temos para viver.

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