Sentimos cheiros diferentes de acordo com o nosso DNA, diz estudo | Cultura

Antes de saber o cardápio de um restaurante, pelo aroma do estabelecimento, as pessoas podem sentir o cheiro de alimentos diferentes: uns pensam em coxinha, outros acreditam que é empadinha – e a razão disso acontecer pode ser explicada. Um novo estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, indica que cada indivíduo sente um aroma por causa do DNA.

Pesquisadores do Monell Chemical Senses Center, da Filadélfia, nos Estados Unidos, descobriram que o código genético tem impacto em como nós percebemos a intensidade e o prazer causado por certos odores. A análise permitiu identificar 400 receptores olfativos no topo da cavidade nasal, que se ativam de modo diferente dependendo do que está sendo cheirado.

“Os odores se ligam e se desligam devido a detectores específicos e esse padrão de ativação nos diz se estamos cheirando uma flor, quão forte é o cheiro e se gostamos dele”, explicou Casey Trimmer, geneticista. “Mudanças pequenas em um gene para um receptor podem mudar a forma dele e como ele se encaixa, mudando a percepção que o odor possui.”

Cientistas conduziram testes para detectar os limites da agudeza do olfato e a sensibilidade deles perante concentrações de determinados odores. Foram convidados 332 voluntários para classificar a intensidade e a agradabilidade de cerca de 70 fragâncias, muitas das quais eram componentes de saborizantes e aditivos de alimentos.

Comparando os DNAs dos voluntários, analisados graças a amostras sanguíneas, foram identificados o funcionamento ou o mau funcionamento de receptores. Além disso, foram apontadas as mutações que afetaram cada tipo de percepção.

Foi descoberto que, embora não seja algo muito recorrente, apenas um receptor pode influenciar a sensibilidade de certos cheiros – antes, acreditava-se que perder apenas um receptor não faria diferença.

Um exemplo de componente que depende de apenas um receptor é o feromônio Androstenona. Presente no suor masculino, pode ter um cheiro “nojento e intenso” para algumas pessoas e de “baunilha” para outras.

“Há também uma habilidade de criar ilusões odoríferas que modificam as percepções que as pessoas têm de odores”, contou Trimmer, que entregou uma solução que tinha cheiro de vômito aos participantes do estudo. Depois, ela voltou a mostrá-los a mesma substância, mas alguns se recusaram a acreditar que se tratava da amostra anterior, afirmando que o cheiro desta vez era de queijo parmesão – embora nada tenha mudado.

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