“DEIXE A RAIVA SECAR” | O Democrata

Nos últimos dias, se você atentar para o momento em que vivemos, perceberá que já vivemos numa civilização que voltou a ser selvagem mesmo cheia de conhecimento, principalmente tecnológico. Dou razão ao escritor James George Frazer, quando em seu livro “O Escopo da Antropologia Social” diz: “por mais insignificante que pareça, o homem acabará assim, ao se juntar à totalidade de conhecimento acumulado. Isso já está acontecendo e enraivecendo a sociedade. Na política, vemos os pares prometendo e não cumprindo as promessas de campanha. É tanto dinheiro saindo pelos ralos das casas de alguns deles, enquanto os hospitais estão fechando suas portas por falta de verbas inclusive a nossa querida Santa Casa que quase não tem mais condições de continuar.

Na economia, vemos pessoas quem tem dinheiro falando que o Brasil está melhorando, enquanto os trabalhadores que ganham mal e milagrosamente conseguem sobreviver, estão devendo aos tubos e apesar de reconhecer a necessidade das reformas vivem indagando: porque nós é que já somos execrados pela sociedade por não ter nada, ainda temos que trabalhar até sessenta e cinco anos e eles não? Sendo 2018 um ano eleitoral, as perguntas mais frequentes que nos fazem nas ruas são: em quem votaremos nas próximas eleições? Dá pra acreditar em algum dos candidatos que estão aí? Qual empresa empregará alguém de sessenta e quatro em lugar de contratar um de trinta? O que passará pela cabeça do analista de RH quando um candidato a vaga disser: tenho diabetes, dores nas pernas, hipertensão arterial, colesterol alto, triglicérides alto? Você acha que o sexagenário terá alguma chance de se aposentar? Vivem falando que duraremos mais de cem anos, mas em nossa cidade, nas publicações de falecimentos da funerária só sai publicado sepultamentos de pessoas de 80 para baixo, alguns na classe dos 90 e raramente vemos alguém de mais idade. Será que querem encher o INSS de dinheiro esperando que morramos antes de se aposentar?

Na educação só se ouve falar em preconceito, gênero, intolerâncias, queimas de livros, descarte de merenda escolar além de se promover antigos criminosos em heróis. Isso lembra uma ocasião em que uma família me contou que uma das meninas da família ganhou um lindo brinquedo no dia do seu aniversário. Durante a festinha uma amiguinha sua, mesmo sem querer, e antes mesmo dela brincar com a linda boneca, a destruiu.

A criança pulou em cima da outra e graças à intervenção dos adultos, a briga não se consumou. Mas depois da festa, ela queria porque queria ir até a casa da amiga para brigar com ela e lhe dar uns tabefes, o que a sua mãe ponderou:

– Você se lembra daquela vez que você chegou em casa com lama no seu sapato? Você queria limpar imediatamente aquela sujeira grudenta, e quanto mais você tentava passava os panos, estes sujavam mais e o barro mais se espalhava? Sua avó então lhe aconselhou a esperar o barro secar, pois assim ficaria mais fácil limpar e só com algumas batidinhas ele cairia?

– Sim, mamãe, eu me lembro.

– Pois é, meu amor, com a raiva é a mesma coisa. Deixe-a secar primeiro, depois fica bem mais fácil resolver tudo. No dia seguinte, a campainha tocou: era a amiga trazendo um brinquedo novo, em reposição ao que havia quebrado e se desculpou.

A menina respondeu:

– Não faz mal não querida, minha raiva já secou mesmo!

Sei que está difícil e você pode estar com raiva da situação em que vivemos, mas antes de explodir, agredir ou extravasar, deixe o barro secar. Ficará mais fácil de limpar a sujeira.

Quero lhe informar um produto que é tiro e queda para limpar sujeira, seu nome é: seu voto!

Abraços do Bispo que não suja mais os sapatos de barro desde que um político cumpriu sua promessa e asfaltou a sua rua. Boa semana. Ah! A raiva secou…

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