Neymar, uma pérola entre o talento e o ego | Esporte
Crédito-PSG/Facebook (Neymar saiu vaiado com quatro gols: um duelo entre o ego e talento )

Seu time vence o jogo por 7 a 0, você marcou três desses gols e participou de outros dois. Para completar a festa, só falta seu companheiro marcar um golzinho para se tornar o maior artilheiro do clube em todos os tempos. O juiz marca pênalti. Você é o batedor oficial, posto conquistado após uma discussão com o companheiro-goleador. O que você faz?

a) Deixa o colega bater o pênalti, marcar o gol consagrador e se torna coadjuvante da festa;

b) Bate o pênalti você mesmo.

Neymar optou pela alternativa B na última quarta-feira, no jogo contra o Dijon. Bateu o pênalti ele mesmo, marcou seu quarto gol na partida, selou os 8 a 0 do Paris Saint-Germain e não deu a menor bola para a chance de Cavani superar Ibrahimovic como o maior artilheiro da história do clube. O mesmo Cavani com quem já havia discutido meses atrás por causa de outra cobrança de pênalti.

O brasileiro teve que arcar com a irônica consequência de sair vaiado de campo, depois de marcar quatro gols numa vitória por 8 a 0. Tudo isso por não “quebrar um galho” para o uruguaio que já está em sua quinta temporada no clube e é ídolo da torcida. Tudo porque não conseguiu pensar além de seu próprio sonho e de suas próprias metas: ser eleito o melhor jogador do mundo, ser ele mesmo goleador e ídolo.

É inegável o talento de Neymar, na opinião deste colunista o maior craque brasileiro deste século, à frente até mesmo dos recém-aposentados Ronaldinho Gaúcho e Kaká. É inegável também sua obsessão por marcas, prêmios, vitórias, títulos e reconhecimento. Inegável e louvável, inclusive, já que de nada adianta ter talento sem ambição – um exemplo disso é o grande parceiro de Neymar em seu início no Santos, Paulo Henrique Ganso, esquecido no Sevilla por parecer desinteressado do jogo durante a maior parte do tempo.

Mas Neymar às vezes parece passar um pouco do ponto nessa ambição, a ponto de atitudes como a da última quarta-feira: que diferença faria para ele, suas marcas e objetivos, abrir mão de um mísero gol de pênalti numa goleada? O problema era deixar de lado o protagonismo para Cavani? E na Copa do Mundo, como vai ser? O camisa 10 obviamente será o astro principal da Seleção de Tite, mas será que vai fazer questão do protagonismo o tempo todo nos campos da Rússia, ou estará disposto a deixar o ego um pouco de lado e fazer seu talento brilhar em nome do coletivo?

São perguntas cujas respostas saberemos em junho, e que podem ser decisivas para o Brasil trazer o sonhado hexa. A conferir como Tite vai lidar com seu astro.

Enquanto isso, no Paulistão…

Crédito-Ivan Storti/Santos FC (Rodrigão brilhou na boa estreia do Santos no Paulistão)

O primeiro de jogos trouxe uma zebra: a vitória da Ponte sobre o Corinthians dentro do Pacaembu. Uma confirmação: o Santos sabe mesmo lidar com a revelação de talentos das categorias de base, vide a boa atuação dos garotos na vitória sobre o Linense. E um alívio para a torcida da região: o São Bento parece preparado para uma boa temporada, depois da estreia vencedora sobre o São Paulo, assim como o Ituano, que ganhou bem do São Caetano. Ainda é cedo para fazer previsões, mas os 14 gols marcados nos seis jogos do primeiro dia já nos dão a esperança de um torneio movimentado e competitivo. A conferir.

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