O perigo do mundo das formas | O Democrata

Vivemos em um mundo dual, nosso cérebro é dual. Tudo tem que ter dois lados, duas visões, certo ou errado, culpado ou inocente, claro ou escuro, grande ou pequeno e por aí vai.

Nossa referência de vida é pautada nestas dualidades que acorrentam a nossa percepção a ponto de muitas vezes não termos sequer uma referência positiva ao final de nosso dia.
É como se o planeta estivesse imerso em uma onda de negativismo e infelicidade, que impede a visão do todo e a imersão na profundidade do mundo sem forma.

Quantas vezes você já parou para olhar o céu à noite? Admirar a lua, contar as estrelas, identificar os planetas? Podemos vê-los todos, até Saturno. E como tem sido lindo ver o brilho de Júpiter que ao longo deste ano aparece no horizonte leste no começo da noite em sua passagem pelo signo de escorpião.

Se você é daquelas pessoas que consegue esta conexão, você vai me entender.
Olhar o vazio, deixar a mente se perder no nada, sem referência de espaço e sem referência de forma nos coloca frente ao grande paradoxo do espírito. Quando nos identificamos com o nada, encontramo-nos com o todo.
Estar consciente da não materialidade das coisas é o que permite a identificação das ilusões do mundo. É despertar. O crescimento espiritual do planeta impõe evolução.

É cada vez mais importante que o ser humano compreenda que para viver bem no mundo das formas, é preciso estar integrado ao Ser. Pois é somente com a decisão consciente de esvaziar-se de ego que se pode criar uma realidade em que a vida faça sentido, em que se consiga preencher o vazio com as experiências da vida diária e crescer com elas.
No entanto, para se conseguir isso, é preciso mergulhar fundo nas questões que mais afligem a alma humana, e sobreviver. É preciso compreender que a prosperidade acima de tudo não está ligada ao que fazemos, mas ao que somos. E que para sermos plenos, precisamos estar conectados ao vazio que preenche o universo, onde deixamos de ser forma e espaço e passamos a ser pura energia.

Uma vida com sentido é aquela em que a consciência do Eu dá lugar à consciência do Todo. É o despertar para o mundo interior, identificado com o seu propósito maior. É viver com a consciência de que está aqui cumprindo o seu papel no mundo exterior o melhor que pode. O resultado deste esforço chama-se alegria de viver!

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