Pesquisas sem uso de animais ganham força depois que ativistas invadiram instituto em São Roque | O Democrata


As pesquisas sem o uso de animais como cobaias ganharam força depois que ativistas denunciaram maus-tratos no Instituto Royal, em São Roque. Um grupo invadiu o lugar que usava cães em testes de laboratório retirando 178 beagles do prédio.

O instituto, que acabou fechando as portas da unidade no interior de SP depois da invasão, sempre negou os maus-tratos. Na época, declarou que seguia normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A polícia abriu inquérito para investigar o furto dos animais, mas nenhum dos ativistas foi indiciado.

O caso repercutiu em todo o país e, nos últimos cinco anos, sete estados criaram leis para proibir os testes de cosméticos em animais. São Paulo foi o primeiro, depois Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará, Paraná e também Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O Brasil ainda não tem uma lei federal sobre este assunto. Um projeto de lei está no Congresso desde 2014.

Segundo a diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa do Animal, Vania Plaza Nunes, alguns dos beagles apresentaram problemas de saúde. “Muitos destes animais desenvolveram quadros tumorais, consequência provavelmente dos testes que foram feitos. Outros animais jovens que saíram das fêmeas prenhas estão felizes vivendo em lares, com carinho com afeto e com amor.”

Substituindo os animais

A pele que sobra nas pálpebras e incomoda, pode deixar outros olhares mais bonitos. Os excessos retirados em cirurgias do Banco de Olhos de Sorocaba, no interior de São Paulo, vão para o laboratório de uma indústria química. E são nestes pedacinhos de pele que os novos ingredientes para cosméticos são testados.

A bióloga Patrícia da Luz Moreira explica como funciona o processo. “A gente avalia em quanto tempo aquele ingrediente vai trazer uma resposta reduzindo ruga, clareando nossa pele. Então ele é o coração, o coração do desenvolvimento.”

A maior fabricante brasileira de cosméticos fez uma parceria com a Universidade de São Paulo. No laboratório, os cientistas recriam pedaços de pele humana, a partir de células, em uma impressora 3D.

Roseli Mello, diretora de inovação, explica que a tecnologia está ajudando a substituir os testes em animais. “A gente consegue formar peles tridimensionais, que representam todas as camadas da pele. Com isso testar diferentes pontos de eficácia. E a gente consegue ser muito mais preciso nos testes de segurança, sem precisar dos animais, o que para nós é uma causa super importante.”

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