O presidente Michel Temer conseguiu reverter de maneira significativa a expectativa das principais lideranças do Congresso quanto ao desfecho de seu governo. No fim de maio, dias após a divulgação das delações do grupo J&F, apenas 24% da cúpula do Legislativo apostava que Temer concluiria o mandato. Dois meses depois, esse índice saltou para 56%. Já o percentual dos que acreditavam que o presidente será afastado do Palácio do Planalto despencou de 62% para 31%.
Os números fazem parte da terceira rodada de pesquisa do Painel do Poder, produto criado pelo Congresso em Foco para monitorar de forma sistemática e com fundamentação científica as percepções e os humores daqueles que mandam no Congresso Nacional. Nesta edição foram ouvidos, ao todo, 55 parlamentares, respeitando-se a proporcionalidade em cada Casa, entre governistas e oposicionistas e as divisões regionais.
Esses congressistas foram escolhidos pelo papel relevante que ocupam no Legislativo. Entre eles, há líderes partidários, membros das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, presidentes de comissões e influenciadores das principais bancadas temáticas, como os defensores dos interesses dos produtores rurais, dos direitos humanos, os sindicalistas e evangélicos.
Se o futuro parece mais animador para Temer, a avaliação de seu governo só piorou entre os líderes do Congresso. Numa escala que varia entre 100 graus negativos e 100 graus positivos, a “temperatura” do Executivo ficou em 18,1. No final de maio, esse indicador era de 22,9. Já na pesquisa feita em março, havia ficado em 28,9, patamar já distante da nota positiva máxima (+ 100).