Os tempos são outros | Política

Recordo-me quando criança que minha avó falava para minha mãe “Cida esta geração está perdida, ninguém respeita os mais velhos”.

Depois, enquanto eu crescia, ouvia minha mãe comentando com meu pai que a minha geração estava cada vez mais caminhando para uma vida independente e que já não respeitava mais os pais.

Eu pensava comigo que os velhos estavam ficando desatualizados, me perguntava por que tanta preocupação, e eu mesmo me respondia que devia ser assim mesmo, afinal os tempos eram outros.
Hoje, pai de quatro filhos e avô de seis netos, reconheço que erramos, não repassando para nossos filhos o que aprendemos com nossos pais.

Tive uma educação rigorosa onde a “vara de marmelo” e o “cordão de ferro” eram as leis e não o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Pisávamos em pregos, subíamos em arvores, tínhamos bicho de pé, piolho, brincávamos na rua, sempre com a recomendação das mães de estarmos de volta em casa antes de escurecer. Éramos felizes e aprendíamos sobre os valores da vida.

Hoje quando nossos filhos chegam em casa o sol já está raiando, doenças que hoje existem naquela época nem ouvíamos falar, como por exemplo a síndrome do pânico e o stress. Para nós o único pânico naquela época era o “homem do saco”, que queria nos pegar para fazer sabão, ou a “mula sem cabeça” que soltava fogo pelas ventas.

Consumíamos carne de porco mergulhada na banha e nem por isso tínhamos colesterol, triglicérides ou hipertensão arterial. Hoje tudo é moderno, o porco tem gripe, o frango está resfriado e a vaca é louca.

Hoje, temos casos considerados “pra frente”, moderno, atualizado, como a filha dormir no quarto com o namorado, falar palavrões sem critérios, que se preocupar com o bem do outro é atraso de vida, que a vida é cada um pra si e Deus para nós todos. Pensar no futuro é bobagem, o negócio é viver a vida, o hoje, o presente. De que adianta, por exemplo, fazer poupança, se podemos morrer daqui alguns dias.

Cometer erros “faz parte”, e quem nunca cometeu que atire a primeira pedra. Hoje a maioria das crianças tem três principais influenciadores: a família, os amigos e a Internet.

Hoje os pais são aliados ao uso da tecnologia, principalmente porque fazemos parte de uma geração que já teve acesso aos computadores e a Internet, podemos até dizer que tanto nós como nossos filhos sabemos o mesmo sobre a internet e é aí que mora o perigo.

A Internet é que tem mais influenciado nossos filhos e netos, e tanto as crianças quanto os adolescentes estão sujeitos ao risco do mundo virtual. Você certamente não deixaria seu filho sozinho na porta de sua casa conversando com um estranho durante horas, mas talvez o deixe por esse mesmo tempo na Internet. Ao usar um computador com acesso à Internet, mesmo quando estão sob os nossos olhares, ou de algum responsável, nem sempre sabemos de fato onde estão e o que fazem em suas atividades virtuais.

A realidade é outra e precisamos cada vez mais vigiar nossos filhos, ainda dá tempo. Precisamos mostrar para nossos filhos os verdadeiros valores da vida, para que não aconteça o que previa a letra da famosa música de Tião Carreiro e Pardinho, chamada ‘A Vaca Foi Pro Brejo’, lançada 40 anos atrás: “Mundo velho está perdido, já não endireita mais, os filhos de hoje em dia já não obedecem os pais. É o começo do fim já estou vendo sinais, metade da mocidade estão virando marginais. É um bando de serpente, os mocinhos vão na frente e as mocinhas vão atrás”.

Jornal O Democrata São Roque

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