Quando o amor é forte demais | O Democrata


Quem já teve um grande amor, e, por desígnios da própria existência ele foi interrompido, sabe o tamanho da dor que essa perda pode causar.

Alguns amores vem e vão como a brisa dos ventos, que mudam sua direção, não obedecendo à vontade dos que são por ela afagados. Porém, há aqueles que fazem parte da vida dos que se amam de tal forma, que se tornam parte integrante de suas almas e de seus corpos, sendo impossível que ele seja interrompido por parte de um dos pares, sem levar junto um pedaço daquele que ficou só.

Quando o amor é verdadeiro e puro, santifica a vida dos que o possuem, e sua história fica registrada nas estrelas para que o universo seja testemunha da sua história. É um amor que nada pede ou exige, pois apenas se completa e leva luz aos corações que por ele foram agraciados.

É o caso de um velho homem, que observa o mundo e o que restou da sua vida, depois que seu grande amor se foi para continuar sua existência em outros planos do universo. Suas almas ainda se comunicam, embora as diferenças de realidade sejam no momento um empecilho para ambos, dificuldade essa que em certo momento deixará de existir, quando finalmente voltarem a estar juntos.

Enquanto esse momento não chega, não sobra ao apaixonado outra coisa senão lembrar-se da mulher que ama, e externar ao mundo o amor que sente por ela. Dono de uma bela voz se contenta em usá-la para cantar sempre que a saudade bate forte em seu coração. Sábado, 22 de dezembro de 2018, dirigiu-se ao restaurante onde às vezes faz sua única refeição do dia, fez seu prato, e ocupou um lugar à mesa, quando as lágrimas lhe vieram trazendo aquela saudade que rasga o peito e começou a cantarolar, tal qual um pássaro feliz que brinda o mundo com sua voz.

Porém, os corações amargos não suportam a felicidade, e um segurança do local usou seu porte físico para intimidar o cantor desautorizado, e pela força fazê-lo se retirar do recinto. A atitude causou indignação aos demais clientes, e um advogado, sentado na mesa ao lado, foi em defesa do indefeso senhor, uma vez que ele nada estava fazendo de errado. Foi quando a fúria do “leão de chácara” se voltou contra o rábula, que por pouco não foi agredido, o que não ocorreu porque o funcionário foi retirado do local por seus colegas.

Nos países desenvolvidos, esse tipo de “performance” é admirada, mas onde a ignorância fincou suas garras, ela é vista como ofensa.

Diversos clientes que conhecem sua história abandonaram seus pratos para abraçarem o nobre senhor e exprimirem seu apoio, e fica aqui nossa lástima e repúdio pelo tratamento dado pelo estabelecimento a um cliente que “cometeu o crime” de externar sua dor. São Roque não merece ter lugares com esse tipo de intolerância.

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