Jovens aplicam filtros em selfies e fazem procedimentos estéticos para parecerem eles mesmos | Saúde e Bem-Estar

Uma pesquisa intitulada “Selfies – Living in the Era of Filtered Photographs” e publicada na JAMA Facial Plast Surg apelidou de Dismorfia Snapchat (ou Dismorfia Instagram) o hábito cada vez mais comum de um paciente ir com a foto dele mesmo (porém editada) ao consultório de cirurgia plástica ou dermatologista.

Os jovens que são os mais familiarizados com os aplicativos e, segundo o estudo, tendem aguçar o nariz, aumentar os lábios e alargar os olhos, além de apagar rugas e clarear a pele. Depois disso, passam a olhar a imagem editada como um objetivo a ser alcançado e buscam as cirurgias plásticas e procedimentos injetáveis. A Universidade de Boston notou que quase 55% dos cirurgiões plásticos dos Estados Unidos estão relatando uma procura cada vez maior de pessoas que buscam melhorar a aparência com base em fotos editadas deles mesmos.

A cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery afirma: “Esta é uma tendência alarmante, porque essas selfies muitas vezes apresentam uma aparência inatingível, desfocando a linha entre realidade e fantasia para esses pacientes”.

O dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia afirma que isso também é comum no Brasil: “Jovens de 20 a 30 anos, estão cada vez mais ‘escravos da aparência’, e, mais cedo do que deveriam, procuram técnicas de preenchimento e aplicação de toxina botulínica para prevenir sinais de envelhecimento como rugas, que ainda estão longe de aparecer”, explica o dermatologista.

De acordo com o Censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2016 houve aumento de 390% em procedimentos estéticos não cirúrgicos em comparação com 2014. “Alguns pacientes buscam procedimentos mínimos e às vezes sem necessidade”, afirma o Dr. Jardis. Um estudo anterior, realizado em 2015, mostrou que adolescentes que usavam frequentemente aplicativos de edição de fotos são mais propensas a sofrer de insatisfação com a aparência e superestimar o peso e a forma corporal.

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