O Arquivo Vivo abre a primeira página em comemoração aos 50 anos da Biblioteca Pública Municipal de São Roque “Professor Arthur Riedel”, inaugurada em 9 de novembro de 1974. Terminava uma longa espera de 13 anos. Afinal, a Biblioteca Municipal foi criada a partir da aprovação do projeto de lei 463, de 21 de dezembro de 1961, por iniciativa do vereador Moacyr Victório.

Havia dificuldade para encontrar um local. O atual prédio da Diretoria de Ensino (Avenida Tiradentes) chegou a ser cogitado com a mudança do fórum para a Avenida John Kennedy no início dos anos 1970, mas acabou destinado à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Começou em uma sala na entrada do Paço Municipal (Rua Padre Marçal, 30). No aniversário de 7 anos, em 6 de novembro de 1981, a mudança para a Rua Alfredo Salvetti, nº 44. Em 12 de setembro de 1992, a Biblioteca Municipal foi transferida para o Centro Cultural Brasital, onde permanece em uma área de 1.048 metros quadrados, livre da escada do antigo endereço.


São 50 anos de história e quem viveu toda ou parte dessa trajetória é do tempo da Enciclopédia Barsa, onde os estudantes dos anos 1970 até o início deste século “davam um Google” para realizar os trabalhos escolares, que normalmente eram apresentados em folha de papel almaço. A Barsa nasceu dos sobrenomes do casal Dorita Barrett (Bar) e Alfredo de Almeida Sá (Sa). Nascida nos Estados Unidos, Dorita era presidente da Enciclopédia Britânica no Brasil e teve um segundo casamento. Ao lançar a Enciclopédia Mirador, manteve o mesmo critério para a escolha do nome: Waldemiro Putch (Mir) e Dorita (dor).
Em busca de informações, uma descoberta tecnológica. Nos anos 80, a Biblioteca Municipal anunciava o projeto para a compra de um aparelho de FAX para a comunicação com outras bibliotecas e centros de documentação.

“A Biblioteca Municipal de São Roque tem por patrono o professor Arthur Riedel [1888/1952] numa justa homenagem àquele que foi um educador no sentido lato [amplo] da palavra: de si próprio, da infância, da juventude e dos adultos”, registrou O Democrata na edição de 9 de novembro de 1974, dia da inauguração.

Arthur Riedel é autor do livro “Hei de Vencer”, um dos primeiros best-sellers brasileiros de autoajuda. O título foi citado na reportagem da inauguração. “A sua famosa frase ‘hei de vencer’ brotou-lhe qual relâmpago num de seus dramáticos esforços para vencer-se a si mesmo, como ele próprio anotou no primeiro capítulo do seu livro póstumo… Eleito patrono desta biblioteca, seu espírito imortal por certo a impregnará do mesmo idealismo e generosidade de que era possuidor e, sob sua égide, há de crescer, prosperar e frutificar como um centro irradiador de cultura e inspiração a todos os que nela vierem buscar um caminho”, registrou o jornal O Democrata na edição de 9 de novembro, dia da inauguração. Inicialmente, contava com 1.200 livros para consultas, “estando ainda 5 mil livros para serem devidamente catalogados”.
Diaulas Riedel, filho do patrono da biblioteca, esteve na inauguração e em outras oportunidades, além de realizar diversas doações de livros. A família Riedel é responsável pelo Grupo Editorial Pensamento. Arthur Riedel assumiu o comando da editora fundada por Antonio Olívio Rodrigues (avô de sua esposa) e o passou para Diaulas, que faleceu em 1997, sendo sucedido pelo filho Ricardo.
Vander Luiz