“O Carnaval que parou…” com a morte do folião Afrânio Pessoa Delgado no desfile, em 1960 – O Democrata
A morte de Afrânio em meio a folia de Carnaval: “triste acontecimento que transformou o que deveria ter sido uma grande e hilariante comédia, em uma terrível tragédia. O Democrata (05/03/1960)

O Carnaval de São Roque de 1960 ficou marcado pela morte do folião Afrânio Pessoa Delgado, vítima de uma explosão causada pelo produto que ele mesmo colocava fogo para dar efeito especial na fantasia de homem do espaço no desfile da Escola de Samba “Os Gatos do GUS” (Grêmio União Sanroquense), a primeira escola de samba de São Roque.

O Democrata (27/02/1960) anuncia a programação do Carnaval de rua com bloco Zé Pereira e a Escola de Samba Gatos do GUS: “figuras mitológicas, celebridades da história antiga e eventos da era moderna e do mundo contemporâneo compõem a miscelânea carnavalesca que o povo irá aplaudir

O mundo vivia a Corrida Espacial (1957/75) parte da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética que disputavam a liderança com o lançamento de satélites e foguetes. Em 1959, a NASA selecionou os primeiros astronautas e a chegada do homem à Lua que ocorreu dez anos anos depois em 20 de julho de 1969.

Como aconteceu a morte de Afrânio

A morte de Afrânio é lembrada até hoje. O Arquivo Vivo do Jornal O Democrata resgata essa triste passagem daquela segunda-feira de Carnaval. O acidente ocorreu na rua XV de Novembro (em frente ao Banco do Brasil) e Afrânio foi socorrido no Hospital Santa Ângela. Por sinal, local onde o jovem estudante de medicina trabalhava como analista. Há relatos que era uma pessoa criativa e que sempre apresentava novidades nos desfiles.

O Democrata trouxe os detalhes do acidente que enlutou a cidade com a morte do estudante de medicina Afrânio Pessoa Delgado de 20 anos

Tinha apenas 20 anos e era filho de Aristóteles Pessoa Delgado e Ema Leite Delgado, deixou os irmãos Aristóteles Filho casado com Maria Aparecida Ferreira Delgado e Julieta casada com Paulo Villaça. O velório ocorreu na casa dos pais na rua Rui Barbosa diante de uma grande comoção popular. O sepultamento foi no Cemitério do Araçá (São Paulo).

Novo desfile

“Os Gatos do GUS” reunem mais de 500 assinaturas e tem sucesso no pedido para a realização do “Desfile de Páscoa”

O São Paulo Clube cancelou os bailes e matinês de Carnaval e o Grêmio União Sanroquense interrompeu as atividades culturais e esportivas. Alguns dias depois, “Os Gatos do GUS” reuniu mais de 500 assinaturas pedindo para que um novo desfile fosse programado. Assim, pela primeira vez na história da cidade e com a devida autorização do padre Luciano Túlio Grilli, houve “Desfile de Páscoa”.

Naqueles anos, a Quaresma era um período de muito respeito com orações e penitências para a celebração da ressureição de Jesus Cristo e várias atividades deixavam de ser realizadas. Na programação da Semana Santa de 1960, o pároco avisava que para receber a sagrada eucarística deveria ser observado o jejum de 3 horas para alimentos sólidos e bebidas alcoólicas e de uma hora de bebidas não alcoólicas.

Vander Luiz

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