Casamento de Páscoa e Antonio da Guilhermina, em 1924; a Crônica Social de O Democrata resgata histórias de família – O Democrata

O casamento da senhorinha Paschoalina Salvetti (Páscoa) e o jovem Antonio de Oliveira realizado em 26 de fevereiro de 1924 saiu na “Chronica Social” do Jornal O Democrata na edição de 17 de fevereiro. Ela “dilecta” [amada, querida] filha de Sabbatino Salvetti com o distinto [ilustre] jovem Antonio de Oliveira filho da senhora Guilhermina de Oliveira. O enlace matrimonial foi na casa dos pais da noiva às 13h.

Casamento de Páscoa e Antonio de Oliveira: crônica social do Jornal O Democrata (17/02/1924)

O leitor do Arquivo Vivo pode perguntar. Por que esse casamento merece destaque? O centenário arquivo do Jornal O Democrata, desde o dia 1º de maio de 1917, conta a vida de São Roque e região como se fosse um verdadeiro cartório. São notícias de nascimentos, batizados, casamentos e falecimentos. E para quem é curioso qualquer notícia ou recorte de jornal vira um mapa do tesouro. É só partir para as descobertas.

O nome da noiva fez lembrar de uma rua na Vila Santo Antonio onde mora Murillinho Silveira. No sítio, ficam os carros de boi de Cambuí (MG) para o desfile na Entrada dos Carros de Lenha na abertura das Festas de São Roque. Ele disse que a Travessa Maria Paschoina Isolina Salvetti de Oliveira/Vó Páscoa é uma homenagem à avó dele que era uma das herdeiras do Sítio Cambará, propriedade que deu origem à Vila Santo Antonio, Vila Guilhermina, Cemitério do Cambará, Adega Sabbatini e condomínios. Estendia-se até próximo da Avenida Brasil.

O Democrata (02/03/1924) conta como foi a cerimônia e a festa de casamento com doces e vinhos finos

Pode ser Paschoalina, Paschoina ou Vó Páscoa. Para quem é curioso o divertido é juntar as peças, o quebra-cabeça não está completo porque foi um pesquisa rápida por telefone, mas o suficiente para que Murillinho passasse algumas informações e as fotos aqui publicadas. Os outros familiares também estão convidados a enviar mais detalhes.

“O noivo, no caso meu avô, era Antonio Francisco de Oliveira conhecido como Tonico da Guilhermina, uma referência à mãe que tinha terras e imóveis no centro de São Roque. O pai Chico Zeferino faleceu em 1920”, lembrou Murillinho. Por isso, como era de costume, a notícia do casamento tem apenas o nome da mãe do noivo. Por outro lado, traz o pai da noiva e não cita a mãe Rosa Pieroni Salvetti.

O casal Antonio (Tonico da Guilhermina) e Páscoa Salvetti. (Foto arquivo de família cedida por Murillo Silveira)

Antonio teve quatro irmãs sendo que uma delas foi casada com Lívio Tagliassachi (prefeito de São Roque de 1956/1959). No entanto, Lívio ficou viúvo de Leonina de Oliveira. Já publicamos aqui no Arquivo Vivo que o futuro prefeito casou-se novamente aos 27 anos com Annita Bellini (19 anos), conforme edital publicado em O Democrata de 25 de novembro de 1923.

Na edição de 2 de março de 1924, O Democrata publicou o “Enlace Salvetti-Oliveira”. “Paraninfaram [apadrinharam] no civil por parte da noiva o senhor Argeu Villaça [prefeito de São Roque 1933/36] e a senhora Adelina Fabi da Silva. Por parte do noivo, José Vitorino Salvetti e senhorita Josephina Salvetti. No religioso, por parte da noiva o senhor Alfredo Salvetti e senhora e pelo noivo Delmino de Almeida [escrivão do Cartório de Registro Civil de Sorocaba casado com uma das irmãs do noivo].

Páscoa na lua de mel em Santos, recordação de 27 de fevereiro de 1924. (Foto cedida por Murillinho Silveira)

Foi servida aos convidados lauta[ostentosa] mesa de doces regada a finos vinhos. À noite improvisou-se animado baile que prolongou-se até altas horas. Na “corbeille” da noiva [cômodo onde ficam expostos os presentes] viam-se lindos e custosos presentes, cartões e telegramas de felicitações.

CASAL TEVE QUATRO FILHOS

Maria Paschoina Isolina Salvetti nasceu em 22 de agosto de 1903 e faleceu próxima de completar 99 anos em 5 de julho de 2002. Antonio da Guilhermina nasceu no mesmo ano e o casal teve quatro filhos: Dirce de Oliveira Caramez, Renato de Oliveira, Rosa Guilhermina de Oliveira Silveira e Francisco de Oliveira. O projeto que deu a ela o nome de uma rua é de autoria do vereador Alexandre Mandi sendo aprovado em 2013.

Antonio Francisco de Oliveira com a mãe Dona Guilhermina. (Foto cedida por Murillinho Silveira)

Rosa Guilhermina (que tem o nome das duas avós) é a mãe de Paulo e Murillinho Silveira, o nosso colaborador na coluna desta semana. Ela foi casada com o dentista Murillo Silveira que ficou famoso em São Roque pelos quadros que pintou da Capela do Sítio Santo Antonio.

Murillinho também contou que vizinho ao Sítio Cambará ficava a Fazenda Cambará que ocupava do Morro da Serrinha (Ski Mountain Park) ao Planalto Verde. Uma espécie de árvore comum na região batizou as duas propriedades. A casa sede da fazenda abriga hoje o projeto Brasil Poeira.

Vander Luiz

Jornal O Democrata São Roque

Fundado em 1º de Maio de 1917

odemocrata@odemocrata.com.br
Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 04
Centro - São Roque - SP
CEP 18130-070
Copyright 2025 - O Democrata - Todos os direitos reservados | Política de Privacidade
Os textos são produzidos com modelo de linguagem treinado por OpenAI e edição de Rodrigo Boccato.