Trabalhadores brasileiros sofrem com calor extremo: relatos e medidas adotadas – O Democrata

Nas últimas semanas, o Brasil tem enfrentado temperaturas recordes, colocando em risco a saúde de trabalhadores que desempenham suas funções ao ar livre ou em ambientes com ventilação inadequada. Profissionais como operários da construção civil, vendedores ambulantes e funcionários de galpões industriais relatam dificuldades crescentes devido ao calor intenso.

Foto: Reprodução/Pexels/Fillipi Santos

Aumento de Denúncias em Macaé

Em Macaé, cidade do norte fluminense, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) observou um aumento significativo nos relatos de trabalhadores sobre calor excessivo em galpões de empresas que prestam serviços à indústria do petróleo. A diretora sindical Jancileide Morgado destacou que as altas temperaturas nesses locais comprometem a saúde dos funcionários, enfatizando a necessidade de as empresas implementarem sistemas de ventilação eficientes, fornecerem acesso fácil à água potável e garantirem pausas regulares para descanso em áreas frescas.

Em Belo Horizonte, onde as temperaturas ultrapassaram os 34°C em janeiro de 2025, Fabiano Henrique, leiturista da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), compartilhou sua experiência: “O calor é muito forte. Não tem recurso que dê jeito. É o dia inteiro assim, e não paro de suar. Tem que andar embaixo do sol, é um desafio. Começo por volta das 7h e termino aproximadamente às 16h. É torcer por um dia mais fresquinho”. Trabalhadores como ele recorrem a protetor solar e bonés para minimizar os efeitos do sol escaldante.

No Rio de Janeiro, que registrou 44°C em fevereiro de 2025, a maior temperatura desde 2014, vendedores ambulantes e entregadores enfrentam condições adversas. A deputada estadual Dani Balbi destacou a gravidade da situação, afirmando que o calor intenso compromete tanto a saúde quanto a dignidade dos trabalhadores. Em resposta, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criou uma central de denúncias para trabalhadores expostos ao calor extremo, disponível pelo telefone (21) 98261-6266.

Trabalhador morre em Joinville

Em Joinville, no Norte de Santa Catarina, o calor extremo registrado pode ter sido o fator determinante na morte de um trabalhador de 58 anos. Ele foi encontrado na sede da Ajorpeme, onde relatou fortes dores no estômago e apresentou uma temperatura corporal alarmante de 43°C.

O homem recebeu atendimento imediato de equipes do SAMU e dos Bombeiros Voluntários, sendo encaminhado a um hospital da região. No entanto, não resistiu aos sintomas que indicavam intermação ou choque térmico, condições causadas por temperaturas extremas.

Na tarde do incidente, Joinville enfrentava uma temperatura de 36°C, mas com sensação térmica de 52°C, devido à alta umidade. A causa da morte será oficialmente confirmada por meio de necropsia.

Medidas Propostas e Direitos dos Trabalhadores

A legislação trabalhista brasileira exige que as empresas garantam condições seguras de trabalho, incluindo a manutenção de temperaturas dentro de limites confortáveis, conforme estabelecido pelas Normas Regulamentadoras. Em Macaé, o Sindipetro-NF está avaliando ações de fiscalização e formalização de denúncias em parceria com as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) nas empresas. Trabalhadores que enfrentam condições inadequadas devem denunciar ao sindicato da categoria ou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e buscar assistência jurídica para garantir seus direitos.

É fundamental que empregadores adotem medidas preventivas e que trabalhadores estejam informados sobre seus direitos para mitigar os riscos associados ao calor extremo.

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