Em 15 de março de 1985, os brasileiros acordaram preparados para acompanhar a posse de Tancredo Neves (PMDB). No entanto, foram surpreendidos com a notícia de que o presidente eleito havia sido internado algumas horas antes no Hospital de Base de Brasília, com fortes dores abdominais. O termo de posse, que já estava pronto, precisou ser cancelado, dando início a uma discussão sobre a possibilidade de o vice-presidente eleito, José Sarney, assumir o cargo. Com a questão política resolvida, Sarney tornou-se o novo presidente do Brasil, enquanto o estado de saúde de Tancredo Neves dominava o noticiário.
Transferido para o Hospital das Clínicas de São Paulo em 26 de março, Tancredo, que não chegou a tomar posse, passou por sete cirurgias e faleceu na noite de 21 de abril.
O Arquivo Vivo resgata algumas publicações que retratam a expectativa pela recuperação de Tancredo Neves, eleito presidente de forma indireta (sem o voto popular). A emenda Dante de Oliveira, que previa a volta da eleição direta para presidente da República, havia sido rejeitada pelo Congresso em abril de 1984. Sarney, que deixou o PDS para liderar uma dissidência que enfraqueceu a base governista, garantiu a vitória da Aliança Democrática contra Paulo Maluf (PDS): 480 votos contra 180, com 17 abstenções.