Uma manifestação em apoio à anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (6). O ato foi liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e contou com a presença de governadores aliados. A estimativa de público foi feita a partir de imagens de drones, analisadas com inteligência artificial pelo Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common.

A concentração teve início às 14h e atingiu seu pico no meio da tarde. Durante o evento, Bolsonaro defendeu publicamente a anistia aos presos pelos atos golpistas e criticou sua inelegibilidade até 2030, imposta pelo TSE por abuso de poder político. Em seu discurso, declarou que “eleições em 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, é escancarar a ditadura no Brasil”.
Além de Bolsonaro, participaram do protesto os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Junior (PR), Wilson Lima (AM), Ronaldo Caiado (GO), Mauro Mendes (MT) e Jorginho Mello (SC).
O ato teve como pauta central a crítica ao STF e o apoio ao projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e que propõe a anistia de condenados pelos atos antidemocráticos, incluindo casos simbólicos como o da cabeleireira presa por pichar a estátua da Justiça com batom.
Brasileiros rejeitam anistia, aponta pesquisa Quaest
Segundo levantamento da Quaest, divulgado no mesmo dia do ato, a maioria dos brasileiros se opõe à anistia para os envolvidos nos ataques. Apenas uma parte menor defende a libertação dos detidos, e um grupo ainda não tem opinião formada. A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu a população entre os dias 27 e 31 de março.
Atualmente, Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal, juntamente com outros aliados, por tentativa de golpe após as eleições de 2022. O processo penal pode resultar em penas de prisão para os envolvidos.