A indústria brasileira de madeira processada já sente os efeitos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos, mesmo antes da medida entrar oficialmente em vigor, prevista para agosto. Empresas do setor suspenderam exportações, concederam férias coletivas e iniciaram demissões por conta da instabilidade no mercado.
Segundo a Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), cerca de 50% da produção nacional é destinada ao mercado americano — percentual que pode chegar a 100% em alguns casos. A sobretaxa colocaria o Brasil em desvantagem frente a concorrentes com tarifas menores (10% a 20%), inviabilizando economicamente a operação com os EUA.
Grandes companhias como Sudati, BrasPine e Millpar anunciaram medidas emergenciais. A Sudati cortou 100 postos de trabalho, enquanto a BrasPine e a Millpar optaram por férias coletivas, afetando milhares de trabalhadores no Paraná. As empresas alegam dificuldade de competir e incerteza sobre o futuro, com risco real de colapso no setor.
A Abimci alerta que redirecionar a produção para outros mercados não é simples, devido ao grande volume absorvido pelos Estados Unidos. A entidade cobra ações urgentes do governo brasileiro para evitar perdas ainda maiores em um segmento que emprega diretamente cerca de 180 mil pessoas no país.
Com informações do Jornal de Brasília.