O influenciador digital paraibano Hytalo Santos foi preso nesta sexta-feira (15) em São Paulo, durante uma operação conjunta envolvendo o Ministério Público da Paraíba (MPPB), Ministério Público do Trabalho (MPT), polícias civis da Paraíba e São Paulo, Polícia Rodoviária Federal e o Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Também foi detido seu marido, Israel Nata Vicente.

Hytalo é investigado por tráfico humano, exploração sexual de crianças e adolescentes e pela suposta exposição de menores em conteúdos publicados nas redes sociais. A investigação ganhou repercussão nacional após denúncias feitas pelo youtuber Felca, que recentemente viralizou ao abordar o tema da “adultização” em vídeo que já ultrapassa 40 milhões de visualizações. Felca concederá entrevista ao programa Fantástico neste domingo (17).
De acordo com o MPPB, o inquérito criminal começou em 2024 e envolve apurações em Bayeux e João Pessoa, incluindo festas com menores, consumo de álcool e um suposto esquema de emancipação de adolescentes em troca de presentes. O MPT afirma ter analisado mais de 50 vídeos e colhido mais de 15 depoimentos de testemunhas. Entre as medidas judiciais já adotadas estão o bloqueio das redes sociais de Hytalo, a desmonetização de conteúdos, a apreensão de equipamentos e a suspensão de uma empresa de rifas ligada ao influenciador por uso irregular de imagens de menores.
Um ponto decisivo para a prisão preventiva foi a suspeita de obstrução da justiça. Segundo o despacho judicial, os investigados teriam destruído provas, ocultado dispositivos e retirado bens que seriam apreendidos, comprometendo a apuração dos fatos. A Justiça entendeu que medidas alternativas, como tornozeleira eletrônica, seriam insuficientes para impedir novas interferências na investigação.
O MPPB reforçou a gravidade do caso, destacando que o tráfico humano muitas vezes ocorre de forma invisível e atinge pessoas em vulnerabilidade socioeconômica. A defesa de Hytalo nega todas as acusações e afirma confiar na absolvição ao longo do processo.
Com informações da CNN, JPNews e g1.