O Itaú desligou cerca de mil funcionários em regime híbrido ou remoto após revisão de registros de jornada e condutas ligadas ao home office, segundo o Sindicato dos Bancários. A decisão levantou questionamentos sobre como medir produtividade fora do escritório.
Especialistas em direito trabalhista ressaltam que empresas podem usar softwares de monitoramento em equipamentos corporativos, desde que respeitem transparência, proporcionalidade e a LGPD. Porém, alertam que métricas baseadas apenas em movimentação de mouse e teclado podem distorcer a realidade, já que muitas atividades bancárias envolvem análises, atendimentos e planejamento fora da tela.
O sindicato criticou os desligamentos sem aviso prévio, classificando os critérios como “questionáveis”. Já a Associação Brasileira de Recursos Humanos lembra que feedbacks e acompanhamento da liderança são práticas recomendadas antes de uma demissão, embora a advertência formal não seja obrigatória.
O caso do Itaú evidencia um desafio que atinge todo o mercado: equilibrar controle e respeito à privacidade no home office, além de repensar critérios para avaliar produtividade em atividades que não se limitam ao computador.