O Itaú realizou nesta semana uma onda de demissões que, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, pode ter atingido ao menos mil trabalhadores. Entre os desligados está um ex-funcionário da área de tecnologia, que atuou por quase dez anos no banco, foi promovido e premiado por desempenho, mas foi dispensado sob a acusação de “baixa produtividade no home office”.
A justificativa oficial aponta para métricas de monitoramento digital, como uso de teclado e mouse, tempo em reuniões, envio de mensagens e participação em cursos online. O banco afirma que alguns colaboradores apresentaram níveis de atividade muito abaixo do esperado, em alguns casos apenas 20% da jornada.
Porém, ex-funcionários alegam falta de clareza no processo, ausência de feedback prévio e cortes abruptos, sem possibilidade de defesa. Para o sindicato, a mobilização busca cobrar mais transparência sobre os critérios adotados.
O caso reacende o debate sobre a gestão do trabalho remoto, a vigilância digital e os limites da produtividade medida por algoritmos — tema que afeta diretamente milhares de profissionais no regime híbrido.