Após o aumento de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil, especialistas destacam que o risco está concentrado nas bebidas destiladas adulteradas, e não em produtos como cerveja e vinho.
O farmacêutico Rodrigo Catharino (Unicamp) e o mestre cervejeiro Tarsis Patini explicam que o metanol é um subproduto natural da fermentação de frutas ricas em pectina, como a uva, mas aparece em níveis insignificantes nas cervejas, produzidas a partir de cereais. Segundo eles, em condições adequadas de fabricação, as bebidas fermentadas são seguras para o consumo.
O perigo real, afirmam, está na destilação incorreta, quando o metanol — que evapora antes do etanol — não é devidamente descartado, podendo causar intoxicação grave. Já a professora Zila Van Der Meer Sanchez, da Unifesp, recomenda cautela e defende aguardar novas investigações antes de consumir bebidas alcoólicas de procedência duvidosa.
De acordo com o Ministério da Saúde, há uma morte confirmada e sete em investigação por suspeita de contaminação por metanol em São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal, totalizando 59 notificações.
👉 Em resumo: o risco atual está ligado à adulteração de destilados ilegais — e não às cervejas ou vinhos produzidos dentro das boas práticas industriais ou artesanais.

