A tornozeleira eletrônica usada por Jair Bolsonaro registrou alertas enquanto ele era conduzido pela Polícia Federal na madrugada de sábado, em Brasília. Os sinais foram gerados porque o equipamento está programado para identificar a saída da zona de inclusão — no caso, a residência do ex-presidente — e a aproximação de áreas classificadas como zona de exclusão, como o setor de embaixadas.
Segundo apuração, os alertas não foram considerados violação. O deslocamento fazia parte do cumprimento da ordem judicial e ocorreu sob escolta da Polícia Federal, dentro dos limites operacionais previstos para o equipamento.
A definição da área das embaixadas como zona de exclusão segue decisão anterior do ministro Alexandre de Moraes, baseada no entendimento de que representações diplomáticas podem oferecer risco de fuga, especialmente após informações de que Bolsonaro teria cogitado buscar asilo na embaixada da Argentina em momento anterior das investigações.
Na decisão que determinou a prisão preventiva, Moraes reiterou esse ponto e mencionou a proximidade entre a residência do ex-presidente e o Setor de Embaixadas Sul. O ministro também citou episódios envolvendo aliados que deixaram o país para evitar o cumprimento de decisões judiciais.
Os alertas registrados, porém, fazem parte do funcionamento normal da tornozeleira quando há deslocamentos oficiais acompanhados pela autoridade responsável, sem evidenciar qualquer tentativa de descumprimento das medidas impostas.

