A destruição da fé | O Democrata

Quando falamos em fé, trazemos de imediato as questões religiosas, que são um conjunto de formações culturais e de crenças, que geram uma visão de mundo. Elas relacionam a humanidade com a espiritualidade, enaltecendo valores morais, e provocando uma conscientização do homem em relação ao divino. Elas procuram dar um sentido à vida, ensinando ao devoto suas leis, ética, estilo de vida, e tornando-o cônscio da sua natureza humana. Podemos dizer que as verdadeiras religiões conduzem o ser humano a um estado superior de existência, diferente das que pregam o fanatismo e a cegueira, que lançam os pervertidos de volta às bases primitivas da evolução.

As religiões sempre foram importantes para o aprimoramento da sociedade, e podemos ver na história, os períodos de trevas pelos quais o mundo passou, quando a barbárie ofuscou a luz. Foi quando surgiram os grandes mestres, em diferentes épocas e regiões, que induziram no povo os princípios que os levariam a um estado superior de consciência.

Para lembrar, a palavra religião, provém de religare no latim, significando ligar de novo o homem ao divino.

No seu caminhar religioso, as pessoas construíram muitos templos, os quais tinham o propósito de servirem como espaço sagrado para as práticas espirituais. Eram verdadeiras obras de arte, com diversos significados ocultos em suas estruturas, que guardavam segredos que só seriam percebidos pelos iniciados. Muitas dessas edificações cruzaram os séculos, e chegam aos nossos dias sem significados para muitas pessoas, que perderam as ligações com os tempos passados, em decorrência da escravização dos tempos modernos.

No passado, a humanidade se vulgarizou, e foi resgatada pelos princípios religiosos. Agora, ela está novamente se degradando, e seguindo caminhos inexistentes nos tempos de outrora, os quais poderão levá-la a realidades imprevistas.

Atualmente, igrejas centenárias viraram cervejarias, livrarias, e até mesmo boates. Algumas delas, levantadas há 700 anos, e de grande porte, se transformaram em shopping, com seus nichos ocupados por comércios diversos.

Como exemplo, os proprietários da cervejaria Church Brew Works, nos EUA, e da boate Paradiso, na Holanda, montaram seus negócios em igrejas centenárias, que em vez de fiéis recebem hoje consumidores interessados em apreciar bebidas alcoólicas ou dançar em um espaço fora do comum, onde a busca por sexo se faz presente. Há também como exemplo, uma vinícola nos EUA, instalada em uma igreja metodista do século 19, que também apostou nesse “nicho”. Sentados nos bancos originais, os clientes participam de degustações e podem comprar vinhos.

O chamariz para esses comércios são as estruturas intactas dos edifícios, com seus tetos pintados, órgãos, sacristias e vitrais, que convivem com prateleiras e outros móveis modernos.

Quando o sagrado perde seus valores, junto com eles vão muitos princípios que dignificaram e construíram a sociedade.

Disney Medeiros Raposo

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