Após 102 anos da Gripe Espanhola, O Democrata noticia a pandemia do Coronavírus | O Democrata

Você já ouviu falar sobre a Gripe Espanhola? Já se questionou sobre a existência de alguma pandemia parecida com o Covid-19 na história? O Jornal O Democrata também esteve nesse marco da história e compartilha com os leitores alguns detalhes e também diferenças e semelhanças entre uma ameaça para a população de 1918, denominada Gripe Espanhola, com o pesadelo da atualidade, o Coronavírus.

“Continúa grassando em nosso Paiz a pandemia da grippe. Raro é o logar onde o terrivel morbus não tenha chegado, sem respeitar classes. Quantas vidas preciosas têm sucumbido nesta quadra de angustia e desespero! Quantas familias sem arrimo e quantas creanças na orphandade! Infelizmente o mal ainda existe e dia a dia exerce seu fado ceifando vidas esperançosas !”

Este é um trecho de 1918, no auge da epidemia na cidade, em que havia diversos casos suspeitos e até mesmo mortes decorrentes da doença. Uma fala que, mesmo escrita de forma tão diferente, poderia ser usada hoje, em 2020, para definir o momento em que estamos passando com o Coronavírus.

Assim como no cenário atual, o Jornal O Democrata informava, há 102 anos, sobre a falta de cuidados tomados pelos moradores. “Na maioria, esses obitos foram a consequencia de abuso não só pela falta de hygienv e relutancia em pedir socorros medicos, como tambem pela inobservancia do regimen dietico prescripto pelos medicos”, ou seja, diversos morriam simplesmente pela falta de higiene pessoal e por ignorar tudo aquilo que era prescrito pelos profissionais da saúde.

Parece que a história realmente se repete, uma vez em que vemos um jornal de 1918 dizendo que a marcha da epidemia começou lenta e logo apósa primeira semana, propagou-se intensamente por todos os recantos e bairros. Como foi o caso do Covid-19 na região, chegou de forma pouco perigosa e se alastrou em questão de semanas.

Evitar aglomerações, não fazer visitas, tomar cuidados higiênicos com o nariz e a garganta, evitar as causas de resfriamento e cuidado redobrado para pessoas idosas, são algumas recomendações básicas para não contrair o Coronavírus, certo? Mas essas são também algumas das instruções feitas pelo Democrata, na época, para conscientizar nossos bisavôs e bisavós sobre a maneira correta de se proteger da Gripe Espanhola.

A Gripe Espanhola, provocada pelo vírus influenza do tipo A H1N1, chegou a contaminar mais de 500 milhões de pessoas e provocou entre 17 e 50 milhões de mortes. No Brasil, estimam-se, pelo menos, 35 mil mortos pela doença.

Em um balanço feito nesta terça-feira (24), 18.259 pessoas em todo o mundo morreram com Covid-19 desde o aparecimento da doença em dezembro e mais de 400 mil foram infectadas com o novo Coronavírus.

A historiadora do Núcleo de Tecnologia em Saúde do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Christiane Maria Cruz de Souza, em entrevista para a Editora Abril, levantou outro ponto em comum entre a Gripe Espanhola e o Covid-19. “A liturgia das grandes epidemias é sempre muito parecida. Primeiro, as autoridades negam que ela existe, uma vez que é algo desconhecido e com potencial de abalar a economia e os sistemas de saúde”, comenta. 

Em artigos científicos, Christiane ressaltou como a gripe espanhola mexeu com a população baiana. “O povo, num ato de desobediência civil, ignorava as orientações e seguia participando de enterros ou indo às missas. A estátua do Nosso Senhor do Bonfim teve que ser retirada do altar porque as pessoas faziam peregrinação para beijar os pés do santo, o que virou um ponto de contágio”, relata. 

Podemos ver que em 2020 os diálogos não mudaram, uma vez que há, ainda que muitos estejam se prevenindo do Coronavírus, uma despreocupação nacional. Dois exemplos muito claros disso são o Presidente da República, Jair Bolsonaro, comparando a pandemia com uma “gripezinha” e a manifestação favorável ao governo realizada no dia 15 de março, apesar do alto risco de infecção de seus participantes. 

Mesmo com diversas semelhanças, é evidente que há diferenças entre uma doença e outra, uma vez que a medicina passou por uma grande revolução no século 20, além haver atualmente uma vasta possibilidade de realizar pesquisas.  Isso nos dá a esperança de um controle mais rápido e efetivo da pandemia.

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