Após sobreviver ao câncer e transplantes, escritor conta sobre sua luta de superação | O Democrata

Na última quarta-feira, dia 6 de junho, a cidade de São Roque foi palco para o lançamento do livro A ÚLTIMA VEZ QUE MORRI que conta a história de vida e superação do publicitário Alexandre Barroso, de 58 anos, que já passou por quatro procedimentos de transplantes. Alexandre teve câncer e hepatite.

O Lançamento do Livro e a Roda de Conversa sobre Doação de Órgãos foi realizado na Livraria Nobel e Café Donuts, no Pátio Corina, localizado na avenida Antônino Dias Bastos – 21 – Centro de São Roque.

“É normal, comum até, ter medo da morte e não querer se preocupar com esse assunto ainda em vida. Muito mais cômodo é não pensar a respeito, apesar da inevitabilidade de que, um dia, todo mundo parte. Mas há uma decisão que, se tomada por uma só pessoa durante a vida, pode ajudar a salvar ou, ao menos, melhorar a saúde de outras dezenas: a doação de órgãos e tecidos”, comentou Alexandre.

Essa é uma decisão que pode ser definida por cada um antes de passar por alguma doença debilitante, mas acaba tendo de ser tomada pelos familiares. E, em meio ao sofrimento da perda, permitir à equipe médica que retire partes do corpo, como coração, pulmão e fígado, pode ser difícil. Por isso, é importante que quem pretende ser doador na morte informe seu desejo aos familiares.

“A decisão é da família após a morte. É isso o que diz a nossa legislação sobre o transplante. No mundo, trabalha-se com o consentimento informado, como é aqui no Brasil, e o consentimento presumido, em que há um registro de não doadores. Mas mesmo países que adotam um sistema como o nosso poderiam se beneficiar de um registro de doadores que tenha validade. Porque, aí, a decisão passa a ser da pessoa, em vida” afirma o escritor.

Não é toda morte que pode resultar em doação de órgãos: somente quando o cérebro deixa de funcionar e o coração continua batendo com a ajuda de aparelhos – na chamada morte encefálica – é que os órgãos poderão ser transplantados para outra pessoa. Isso ocorre, por exemplo, com vítimas de traumatismo craniano (por acidente ou violência) ou acidente vascular cerebral (AVC). Já no caso dos tecidos, é diferente: mesmo após a parada cardíaca, é possível doar córneas, pele e ossos, entre outros.

‘Quando tudo ficou escuro”

Alexandre conta que o momento mais marcante de todas essas batalhas, foi quando teve seu último coma e “flutuou” por um imenso túnel.

“Foi meu último coma, foi por isso que dei este nome ao livro, pois definitivamente eu morri naquele instante, eu perdi todos os sentidos e flutuava por um túnel, que depois de algum tempo (mesmo lá, você não tendo está noção) eu me dei conta que estava dentro de mim, que aquele corredor ou túnel era o meu interior e chegou uma hora que vi Deus. Ele está dentro de todos, basta você encontra-lo. Depois daquele encontro e quando eu sai do coma, eu vi a vida de outra forma, sou muito feliz e vejo que a felicidade é oque faz a gente viver”, disse.

Asas do Bem

Alexandre Barroso também é parceiro do Programa Asas do Bem e juntamente com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) que roda o país com a “Jornada Asas do Bem” para ressaltar a importância da doação de órgãos.

Esse programa foi lançado em 2014 pelas fundadoras da ABEAR (AVIANCA, AZUL,GOL e LATAM) e que viabiliza em média, por ano, o transporte aéreo gratuito de cerca de 7 mil itens para transplante (órgãos, tecidos e equipes médicas), 90% do volume que é transportado por avião.

O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo, com grande participação da aviação no transporte de órgãos e equipes.

A carência de doadores de órgãos é um grande obstáculo para os transplantes no Brasil. A quantidade ainda é pequena diante da demanda de pacientes que esperam pela cirurgia. A falta de informação e o preconceito também acabam limitando o número de doações obtidas de pacientes com morte cerebral.

 

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