No domingo (3), aproximadamente 37,6 mil pessoas participaram de uma manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, segundo análise com uso de inteligência artificial feita pelo Cebrap e pela ONG More in Common. A tecnologia, baseada em imagens aéreas por drone e software treinado com dados brasileiros e chineses, apontou um pico de público às 15h33. A margem de erro é de 12%, o que pode levar o número final a variar entre 33,1 mil e 42,1 mil pessoas.
Apesar de estar em prisão domiciliar, Bolsonaro participou do ato por telefone, com seu filho Flávio Bolsonaro falando em seu nome durante o protesto no Rio de Janeiro. A ausência física do ex-presidente se deve a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, que o proibiu de sair de casa nos fins de semana e feriados, e de se comunicar em redes sociais enquanto responde no STF por tentativa de golpe de Estado.
A manifestação, que também ocorreu em outras cidades, repercutiu em veículos internacionais como Al-Jazeera, Reuters e France Press. A imprensa estrangeira destacou o tom pró-Trump de muitos manifestantes, o uso de bandeiras dos EUA, cartazes em apoio ao presidente americano e ataques verbais a Moraes e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também foram registrados protestos recentes contra as tarifas comerciais impostas por Trump ao Brasil.
Entre os nomes presentes no ato em São Paulo estavam aliados influentes de Bolsonaro, como o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o presidente do PL Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia e o deputado Nikolas Ferreira (PL). O governador Tarcísio de Freitas, possível presidenciável em 2026, não compareceu por motivos médicos. Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, também cogitada como futura candidata, discursou em um ato paralelo em Belém.
Por que isso importa?
Com Bolsonaro impedido de circular livremente, os atos de rua se tornaram uma das principais formas de mobilização da base bolsonarista. O envolvimento de figuras políticas e o destaque internacional reforçam o caráter geopolítico e eleitoral da movimentação, num cenário que caminha para as eleições de 2026, com possíveis candidaturas de aliados próximos. Além disso, a interferência direta do governo Trump com sanções e tarifas, sob a justificativa de perseguição a Bolsonaro, adiciona tensões diplomáticas ao cenário interno brasileiro.
