Brasil avança em cirurgias cardíacas e transplantes, mas prevenção e acesso seguem como desafios – O Democrata

O Brasil é referência mundial em cirurgias cardíacas e transplantes, segundo estudo da Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Braz J Cardiovasc Surg). O alto volume de procedimentos reflete fatores como o envelhecimento populacional, o aumento das comorbidades (hipertensão e diabetes) e a persistência de infecções mal tratadas que comprometem a saúde do coração.


Principais cirurgias cardiovasculares no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde e centros de referência como o Instituto do Coração (InCor), entre os procedimentos mais comuns estão:

  • Revascularização miocárdica (bypass);
  • Troca e reparo de válvulas cardíacas;
  • Angioplastias;
  • Ablações;
  • Implantes de dispositivos cardíacos (marcapassos e desfibriladores).

As principais indicações incluem insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio e cardiopatias congênitas. A doença reumática, decorrente de infecções de garganta não tratadas, ainda é uma das principais causas de cirurgia valvar em crianças e adultos jovens, revelando falhas no acesso à atenção básica.


Transplantes cardíacos no Brasil

Em 2024, o país realizou 440 transplantes de coração, posicionando-se entre os líderes mundiais. Ainda assim, centenas de pacientes permanecem na fila de espera, coordenada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Como funciona a fila:

  • A inclusão depende de avaliação clínica e psicológica em centro credenciado.
  • A lista é nacional e única, organizada pelo SNT.
  • Critérios de prioridade incluem gravidade da doença, urgência médica, compatibilidade sanguínea e imunológica, tamanho corporal e tempo de espera.
  • O transplante deve ser realizado em até quatro horas após a retirada do órgão do doador.

O processo exige logística eficiente, disponibilidade de equipes especializadas e maior número de doadores.


Cuidados após o transplante cardíaco

Segundo a Dra. Rosangeles Konrad, da Afya Brasília, o maior desafio pós-transplante é evitar a rejeição do órgão. O tratamento exige disciplina com medicamentos imunossupressores, acompanhamento médico contínuo e atenção rigorosa ao dia a dia.

Etapas do acompanhamento:

  • Primeiras semanas: altas doses de imunossupressores, exames semanais, prevenção de infecções e início da reabilitação.
  • 1 a 6 meses: ajustes nas doses, exames frequentes e atualização de vacinas inativadas.
  • Após 6 meses: foco em prevenção de doenças crônicas, como doença vascular do enxerto e cânceres comuns em imunossuprimidos.

Cuidados diários:

  • Tomar medicamentos nos horários certos;
  • Evitar aglomerações e manter higiene rigorosa;
  • Manter alimentação equilibrada, com pouco sal e gordura;
  • Usar protetor solar diariamente;
  • Procurar atendimento médico em caso de febre, falta de ar, inchaço ou ganho rápido de peso;
  • Realizar exercícios supervisionados e buscar apoio psicológico.

Desafios e perspectivas

Para o Dr. Antônio Avanza, professor de Cardiologia da Afya Vitória, é essencial ampliar investimentos em prevenção, diagnóstico precoce e infraestrutura hospitalar. Ele defende políticas públicas que integrem atenção primária, prevenção e acesso a cirurgias de alta complexidade, com o objetivo de reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.


Sobre a Afya

A Afya é o maior hub de educação e tecnologia médica do Brasil, reunindo instituições de ensino, cursos de medicina, pós-graduação e soluções digitais como Whitebook, iClinic e Afya Papers. Mais em: www.afya.com.br.

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