O governo brasileiro estuda estratégias para tentar reverter a tarifa de 50% que os Estados Unidos devem aplicar sobre produtos nacionais a partir de 1º de agosto. Um dos principais focos da diplomacia envolve os minerais críticos e estratégicos (MCEs), especialmente as terras raras — grupo de 17 elementos fundamentais para setores como energia, tecnologia, mobilidade elétrica e defesa.
Em reunião recente com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), representantes da embaixada dos EUA manifestaram interesse nesses minerais, o que reforça a possibilidade de usá-los como moeda de negociação. O Brasil é visto como fornecedor confiável e possui reservas importantes de elementos como nióbio, lítio, neodímio e praseodímio.
O impacto da nova tarifa já é sentido: segundo o setor de rochas ornamentais, 60% das exportações destinadas aos EUA foram suspensas após o anúncio da medida, o que pode gerar perdas de até US$ 40 milhões só em julho. O Espírito Santo, maior exportador do segmento, será um dos mais afetados.
Especialistas apontam que os EUA buscam reduzir sua dependência da China no fornecimento desses materiais estratégicos, e o Brasil surge como alternativa geopoliticamente mais alinhada. No entanto, analistas alertam que, embora os recursos naturais brasileiros sejam um diferencial competitivo, a decisão final dependerá de fatores mais amplos da política externa norte-americana.
Com informações do Metrópoles.