Líderes do PT, PSB e PSOL protocolaram pedido para suspender, por seis meses, os mandatos de cinco deputados do PL que ocuparam a Mesa Diretora da Câmara, bloqueando sessões entre os dias 5 e 6 de agosto. A ação, liderada por aliados de Jair Bolsonaro, visava pressionar pela votação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro, além de outras pautas como o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não pautou a anistia porque não houve apoio da maioria dos líderes partidários, mas não descartou a análise futura. Ele também negou qualquer acordo com a oposição para retomar os trabalhos, reforçando que a presidência da Casa “não é negociável”.
O pedido de suspensão cita que os parlamentares usaram correntes, faixas e encenações para impedir o funcionamento da Casa, configurando, segundo os autores, “motim” e “obstrução” ao Legislativo. A decisão agora está nas mãos de Hugo Motta, que deve avaliar se acata ou não a medida, em um episódio que levanta alertas sobre precedentes perigosos para a democracia.