Cidades da região se preparam para inverno rigoroso | O Democrata

A seca que atingiu o Estado de São Paulo no verão de 2014 evidenciou a necessidade de planejamento de programas de captação de água para abastecimento público, irrigação, uso industrial e geração de energia para a população.

Diante deste desafio a Faculdade Estadual de Tecnologia “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo” (Fatec), de Tatuí, inaugurou em suas dependências, a sede do Sistema Integrado de Informações Meteorológicas Aplicáveis à UGRHI-10, cujo funcionamento é integrado pela rede de telefonia celular a outras quatro centrais semelhantes, na Fatec de Itu e nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) de Cerquilho, Piedade e Mairinque.

O projeto foi financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) e custou R$ 386 mil, e as estações coletoras têm por função apurar e transmitir, em tempo real, dados de temperatura (mínima, média e máxima), pressão atmosférica, umidade relativa do ar, radiação solar, volume de chuvas (pluviometria) e vento (direção e velocidade).

As cinco estações são equipamentos autônomos e automáticos. Dispensam auxílio humano para funcionar e são alimentadas por eletricidade, gerada de modo 100% sustentável: um painel fotovoltaico capta a luz solar e depois de transformá-la em energia elétrica, o sistema a armazena em uma bateria capaz de funcionar por até um mês sem nenhum dia de sol.

“O foco é coletar, organizar, analisar e oferecer essas informações públicas e não sigilosas para pesquisas acadêmicas. E usá-las em estudos de planejamento hídrico nos municípios abrangidos pela Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba, Represa Itupararanga e Médio Tietê”, explica Sandro Rodrigues Alves que é coordenador pedagógico da Etec de Mairinque.

As informações meteorológicas abrangem as cidades paulistas de Alambari, Alumínio, Anhembi, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Bofete, Boituva, Botucatu, Cabreúva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Conchas, Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Laranjal Paulista, Mairinque, Pereiras, Piedade, Porangaba, Porto Feliz, Quadra, Salto, Salto de Pirapora, São Manoel, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tatuí, Tietê, Torre de Pedra, Vargem Grande Paulista e Votorantim.

“Um dos diferenciais dessas centrais é serem construídas de modo modular, com sensores e circuitos independentes. Assim, quando um deles deixa de funcionar, os demais seguem em operação e basta fazer a troca da peça com defeito para o funcionamento completo ser retomado”, explicou Divanil Antunes Urbano.

Baixas temperaturas

A região de São Roque deve ter frio em maio e chuvas em junho. Segundo os meteorologistas do Climatempo, o verão deixou a sensação de que faltou chuva e calor.

“Em maio, as pessoas vão dizer ‘Uau. Imagina no inverno!’, mas, na verdade, a baixa temperatura  já vai acontecer em meados do outono mesmo”, antecipa o Climatempo.

 

Pessoas em situação de rua sofrem com o frio

O sistema auxilia a prever as áreas onde irá fazer mais frio, auxiliando as prefeituras nos cuidados com pessoas em situações de risco e para moradores de rua que sofrem com o período mais frio do ano.A vida dos moradores de rua é sempre muito difícil. O papelão serve de colchão, comida só vinda de doações, banho tem de ser em albergue e a falta de cobertor, muitas vezes, é suprida pelo álcool. A situação fica ainda mais complicada no frio. Com as baixas temperaturas no nos últimos dias, as dificuldades são cada vez maiores para essas pessoas.

“É horrível. Com esse tempo a coisa fica pior para nós. Passamos muito frio. Para esquentar, só tomando cachaça”, afirmou um morador de rua de 42 anos, que dorme há cerca de duas semanas na praça Largo dos Mendes, em São Roque.

Ele relatou as dificuldades enfrentadas por essas pessoas, que vivem em condições precárias pelas ruas da região. “O frio é complicado, mas a fome é a pior coisa. Passa um monte de gente comendo, pedimos comida, mas ninguém dá. A sorte é que, às vezes, a prefeitura traz comida e roupas para nos ajudar. Mas isso nem sempre acontece”, disse o morador de rua.

A Prefeitura de São Roque através do Fundo Social de Solidariedade informou que promove ações em atenção às pessoas em situação de rua.  Provê às pessoas atendimento de proteção social considerado de média e alta complexidade, para que recuperem sua autonomia de forma integral e sejam reinseridos socialmente, sobretudo entre seus familiares.

As buscas para identificação de pessoas neste tipo de situação são feitas de forma ativa no município que a partir de 2017 também conta com buscas noturnas. Hoje existem identificadas 40 pessoas em situação de rua em São Roque.

Todas as ações promovidas objetivam criar oportunidades para que a pessoa saia da rua a partir de um plano de metas, pelo qual possa, no menor tempo possível, ser reinserido na sociedade. Qualquer forma de atendimento depende, porém, da autorização por parte do cidadão (morador de rua ou não). Em todos os casos é trabalhada a aceitação da pessoa quanto ao encaminhamento ou acolhimento, para que possa ter acesso à proteção integral. A prefeitura também informou que “realiza um serviço de acolhimento institucional para pessoas em situação de rua e emergencial para pessoas e/ou grupo familiar em trânsito. Neste serviço, chamado a partir de 2017 de Abrigo Institucional, os acolhidos contam com equipe de cuidador social, merendeira, sócio educadora, operacional de limpeza e coordenação, que fazem o acompanhamento individual e coletivo dos usuários do serviço. Durante o período que estão em acolhimento estas pessoas recebem os cuidados necessários como alimentação, banho, vestuários, orientação psicossocial entre outros. Quando a pessoa apresenta condições, é feito seu desligamento”, disse a prefeitura.

Tanto os CRAS, como o CREAS e o Abrigo Institucional na área social  como o CAPs na área da saúde  possuem eixos de atendimento  direcionadas para as pessoas em situação de rua realizados por  equipes técnicas formadas por psicólogos e assistentes sociais. Durante estes atendimentos as pessoas são orientadas desde a liberação de documentação, escuta qualificada, encaminhamentos médicos até o contato  com familiares na tentativa de reconstrução ou construção de vínculos afetivos.

Desde 2017 a prefeitura tem realizado o programa ATITUDE com ações de conscientização e sensibilização sobre o tema, encontros entre setores envolvendo a segurança publica, o departamento de bem estar social, Departamento Saúde e judiciário na busca de alternativas e no estudo buscando soluções de casos pontuais.

Em Mairinque, A prefeitura trabalha com o cadastramento das pessoas em situação de rua, através do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS. São realizadas abordagens com a oferta de acolhimento. Existe a parceria com uma instituição de acolhimento onde é oferecida a estadia.

“O Fundo Social de Solidariedade, através da Campanha do Agasalho, disponibiliza peças de roupas, calçados e cobertores, para as pessoas em situação de rua e munícipes em situação de vulnerabilidade social. Em 2018, a Campanha do Agasalho, foi aderida por todas as escolas municipais, comércios, indústrias e conta com grande apoio da população”, informou a prefeitura.

 

Políticas Públicas

As políticas públicas são de responsabilidade do governo federal, dos estados e dos municípios brasileiros quanto à assistência social para a população em situação de rua no país. As garantias constitucionais de dignidade da pessoa humana e do direito à moradia já colocariam essa responsabilidade ao Estado, mas também foram feitas leis específicas para essa população.

A principal delas foi a Política Nacional para População em Situação de Rua, implementada em 2008, em que há uma série de determinações, como a capacitação de profissionais do direito, a oferta de serviços de assistência social, na inclusão da população na intermediação de empregos, na criação de alternativas de moradia, entre muitas outras. Salienta-se que o Governo Federal ajudará a financiar os projetos e serviços apenas em municípios com população superior a 100 mil habitantes ou municípios com mais 50 mil habitantes que integrem regiões metropolitanas.

Também foi criado o Programa Operação Trabalho PopRua, que visa a fornecer emprego à população de rua em que há um acompanhamento individual de cada participante. Por quatro horas de atividades diárias, os moradores de rua recebem uma bolsa de R$ 615,88 mensalmente. Algumas das atividades são: a criação de hortas e viveiros urbanos, oficinas sobre alimentação, cultura e direitos humanos, oficinas de fotografia, jardinagem, pintura de obras e eletricidade, em que algumas são “estágios” para cursos profissionalizantes, tais como jardinagem e eletricidade. Foram 243 pessoas em situação de rua que passaram pelo programa, de acordo com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC).

 

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