Um novo dossiê elaborado pela Abrasco e Fiocruz, apresentado na Câmara dos Deputados, revelou sérios danos dos agrotóxicos à saúde reprodutiva de mulheres, homens e crianças no Brasil. O estudo, concluído em 2024, aponta contaminação ambiental sistêmica e falhas na fiscalização como fatores críticos para o aumento de doenças graves.
Riscos à saúde comprovados
Entre os principais efeitos associados aos agrotóxicos estão: mutações genéticas, câncer de mama, alterações hormonais, abortos espontâneos e má-formações congênitas. Nos homens, os riscos incluem câncer de próstata e testículos, danos no DNA e infertilidade. Já em crianças, o contato precoce com essas substâncias pode levar a partos prematuros, baixo peso ao nascer, leucemias e problemas neurológicos.

Pulverização aérea e agrotóxicos no cotidiano
A exposição é ainda mais grave em regiões com pulverização aérea, mas também atinge áreas urbanas, onde pesticidas são usados para controle de pragas domésticas e em alimentos processados. Segundo especialistas, a presença de resíduos foi identificada em mais de 60% das amostras de água coletadas em escolas no Mato Grosso.
Críticas à legislação e mobilização social
Organizações da sociedade civil pedem que o STF declare inconstitucional a Lei 14.785/23, que facilita a liberação de novos agrotóxicos. Paralelamente, o Idec alertou para a presença dessas substâncias mesmo após processos industriais como extrusão e adição de corantes.
Propostas e ações do governo
O governo federal anunciou a retomada do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) e parlamentares pressionam pela aprovação do PL 6670/16, que transforma o programa em lei. As recomendações do dossiê incluem foco em populações vulneráveis, capacitação de profissionais de saúde e implantação de vigilância territorial.
Com informações da Agência Câmara de Notícias.