Cozinha Criativa Agroecológica | O Democrata

Cultivar alimentos com manejo agroecológico é um fator que predomina na agricultura familiar, e este tipo de cultivo tem um papel importante na produção de alimentos no Brasil, mesmo enfrentando diversos problemas. Processar os alimentos, fazer a adequação sanitária e o escoamento dos produtos feitos nessas cozinhas, requer muita criatividade, vontade e conhecimento do produto que se tem para trabalhar.

Devido à globalização e a vontade de experimentar produtos sustentáveis, fez com que os alimentos com procedência rural, orgânicos, sem aditivos, por exemplo, tenha uma maior procura. Quando falamos de produção alimentícia, uma produção orientada pela demanda, estabelecendo uma nova relação entre a atividade rural e o consumidor final se faz necessária. Por isso, nem sempre é simples a relação entre a produção de alimentos agroecológicos e seu escoamento no mercado.

Na cozinha criativa, o objetivo não é alimentar apenas a família e sim expandir essa cultura para quem quiser e puder experimentar. Na cozinha é necessário ser criativo na proposta, na montagem e no estabelecimento do preço para que o consumidor seja seduzido pelo conceito desenvolvido. A apresentação final do alimento processado deve ser estimulante, inclusive para estimular postagens nas mídias sociais e aumentar o alcance da divulgação do trabalho. Em geral, os alimentos trabalhados são os produzidos localmente, de forma autoral, contribuindo para que a economia local seja impulsionada e que o pequeno agricultor tenha sua produção escoada, já que os alimentos processados nas diversas cozinhas no entorno vem dessas pequenas produções. Comer é cultura. Tradições culinárias são patrimônios valiosos para um povo, a soma de saberes atemporais, traz memórias afetivas passadas entre gerações. 

A comida de qualidade respeita a sazonalidade da produção, e quando seu alimento é feito com ingredientes de qualidade, honrando a natureza, a saúde do seu corpo fica fortalecida e o respeito ao meio ambiente ocorre através da valorização do pequeno produtor que trabalha com manejo agroecológico seguindo preceitos que cuidam do solo, da água e de tudo que produz.

Salgados, bolos, pães, antepastos, geléias, conservas, doces, podem ser feitos usando outros materiais que não o industrializado. Por exemplo, o inhame ou a mandioca vira massa de coxinha; féculas de arroz, de batata, de milho e de mandioca mescladas servem de base para os bolos, substituindo a farinha de trigo industrializada. As frutas, vegetais e temperos compõem os antepastos, conservas e geléias produzidas nessas cozinhas.

Além do lugar de cura e de produção da saúde familiar e comunitária, a cozinha é um lugar de intimidade. É um lugar de sarar as dores da alma, ou de alargar o prazer da convivência, de compartilhar conceitos e receitas. Estar perto do fogo, entre ervas, aromas e sabores, isso redefine a cozinha criativa, onde o exercício de escolher alimentos agroecológicos, orgânicos e aproveitar o que o tempo esta ofertando no momento, faz com que se tenha um espírito flexível, para adequar suas receitas aos produtos que estão na estação. 

“Cozinhar é o mais privado e arriscado ato.No alimento se coloca ternura ou ódio. Na panela se verte tempero ou veneno. Cozinhar é um modo de amar os outros”

Mia Couto (Sueli R Soares)

Silvia Hermida – Bióloga e Produtora Rural

Fonte: “Memórias de Cozinha: mulheres e receitas insurgentes”. Instituto Pacs e GT Rio de Janeiro (AARJ), 2020.

Toda quinta-feira os cidadãos de São Roque têm a oportunidade de interagir e adquirir produtos produzidos localmente com manejo agroecológico na Feira Agroecológica de São Roque, que ocorre na Av. 3 de Maio, 900 das 8h até as 12h. @feiraagroecosaoroque

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