Darcy Penteado faria 94 anos no dia 30 de abril | Cultura

Nascido em São Roque no dia, 30/04/1926, Darcy Penteado passou a infância em sua casa na Praça da Matriz e na chácara da família. Filho de Dona Chiquinha e sobrinho de dona Íria, professora de muitas projeções do Grupo Escolar Doutor Bernadino de Campos, onde Darcy estudou e  deu início a sua carreira como solista,  no coro da escola tendo Dona Eglantina como sua acompanhante no piano, destacando-se em suas apresentações beneficentes para a paróquia e Santa Casa.

Foi uma criança criativa, inventava ou modificava seus próprios brinquedos, adorava andar de bicicleta e, criou com seus dois irmãos, um teatro que combinava fantoches e marionetes, depois tornou-se uma espécie de teatro ambulante que circulava pelas escolas da cidade, apresentando inclusive no Cine Central. Viveu em São Roque até os 10 anos, posteriormente mudou-se para a capital vivendo com sua avó para os estudos.

Autodidata, deu início a sua carreia profissional por volta de 1948 como ilustrador no grupo “dos novíssimos”. A partir desta data passou a expor regularmente no Museu de Arte Moderna de São Paulo, participou de bienais no Brasil e exterior. Foi o mais jovem cenógrafo escolhido para o ballet do IV centenário de São Paulo. Conquistou diversos prêmios em artes plásticas, artes gráficas e no teatro, tais como: “Salão Paulista de Arte Moderna“, “ Saci” e “Jabuti”; também foi premiado pelo cartaz da primeira Bienal de São Paulo (1951).  Ilustrou livros e contos de  importantes escritores brasileiros como Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade, Hilda Hilst, Graciliano Ramos, entre outros. Foi um dos principais “portraitistas” brasileiros, destacando-se também internacionalmente com seus retratos, como o da famosa atriz que interpretou a “Bonequinha de Luxo” ( Andrey Hephurn), na década de 60. Em uma de suas voltas do exterior e com referência de um de seus ídolos, Kilmt, deu início a uma de suas obras mais conhecidas: a “Via Crucis”. O artista voltou a seu ateliê em São Roque e criou uma série de 10 telas retratando o drama de Cristo, com técnica de colagem utilizando fotos de fieis da  paróquia local, objetos recolhidos das ruas de Roma, tecidos e recortes de jornais, com uma técnica denominada pelo próprio artista como “ Post- Art”. A obra foi exposta em Roma, Paris e teve uma de suas últimas vernissages em São Paulo (2018) na galeria Recorte com realização da Divisão de Cultura.

Estreou como escritor em 1976 com seu primeiro livro de contos, “A Meta“, dando início ao seu ativismo na luta contra a discriminação aos homossexuais. Foi um dos colunistas e fundador do jornal Lampião. Participou de bienais nacionais e internacionais.

Na década de 80, em sua última mostra, o artista mostra suas memórias e nostalgias, através de suas telas cotidianas  retratando alegria, solidão, meditação, vida e morte. Dedicou-se por 40 anos a arte, sempre expondo sua personalidade poética e suas rememorações de um mundo simples e de origens interioranas. Morreu em 1987 com 61 anos e doou a sua cidade natal parte de sua obra e grande parte de seu acervo pessoal em testamento e documentos.

Ilustração A Dama Negra (1980) – Acervo de Darcy Penteado

Posteriormente também doados pela família do artista com o intuito da criação de uma Casa de Cultura na Brasital, o acervo é mantido pela Divisão de Cultura, desde a doação, e que tem o grande desafio na preservação e divulgação da obra doada pelo artista a cidade de São Roque.

Atualmente a Divisão de Cultura é responsável pela manutenção e higienização da obra.

Foi criado em 2018 o espaço Darcy Penteado na Biblioteca Municipal “Arthur Riedel” para exposições temporárias do artista que fica aberta a visitação de segunda a sexta das 8h às 17h (fechada atualmente em função da pandemia). O artista possui também a obra EU ( Colagem ) que encontra-se em exposição no salão principal do Masp.

A Divisão vem realizando pesquisa e buscando parcerias com órgãos museológicos para a adequação de um local apropriado e com segurança para reabertura do museu (originalmente criado em 2006) e criação de reserva técnica. Tem realizado eventos juntamente com a rede de educação a fim de dar conhecimento ao são-roquense e acesso a obra do artista através de pesquisas acadêmicas, mostras culturais e exposições, realizando assim o desejo do artista em deixar sua arte onde sempre esteve sua maior fonte de inspiração, sua terra natal.  Ele próprio se definia “Pintor de Paisagens e um caipira Autêntico“

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