Dia Mundial das Comunicações Sociais é celebrado pelos católicos com reflexões sobre memória e história | Cultura

No último domingo (24) a Igreja celebrou a Solenidade da Ascensão do Senhor e também comemorou o 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais, para o qual todos os anos, o Papa Francisco publica uma mensagem. Nesta ocasião o tema foi “Para que possas contar e fixar na memória. A vida faz-se história”.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única celebração mundial estabelecida pelo Concílio Vaticano II e tem como principal intuito chamar a atenção para o vasto e complexo fenômeno dos modernos meios de comunicação social existentes nos dias atuais.

O Papa Paulo VI foi o primeiro a comemorar o Dia Mundial das Comunicações, que aconteceu no dia 7 de maio de 1967.

A data foi instituída com o decreto Inter Mirifica. Desde então, vem sendo celebrada em muitos países no domingo que antecede a Festa de Pentecostes. A mensagem do Papa para a ocasião é publicada, tradicionalmente, no dia 24 de janeiro, festa de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

Neste ano, na mensagem por ocasião do 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco refletiu sobre a narração e sobre a importância das histórias na vida dos homens.

O Pontífice assinalou na mensagem desta edição que, “para não nos perdermos, penso que precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos”.

“Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos outros”.

Para o coordenador nacional da Pastoral da Comunicação da CNBB, Marcus Tullio, o papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano nos convida a refletir sobre duas importantes realidades: a memória e a história. E para contar histórias e produzir memória, o papa “em nenhum momento utilizou expressões relacionadas à tecnologia, mas três vezes utilizou o verbo “tecer”: tecer implica habilidade, tempo desprendido, afeto”, disse o Coordenador.

“A mensagem do papa é providencial e provocativa, pois na escolha do tema e sua posterior difusão, nenhum de nós imaginaria passar esta data imerso em uma pandemia – continuou Tullio – fomos forçados a parar e, “nesta pausa restauradora a caminho do céu”, a celebração do 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais lança muitas luzes de esperança”.

Testemunhar o tempo presente

Segundo o coordenador, a escolha do versículo do Êxodo como título e inspiração da mensagem não é casual: “O livro do Êxodo está cheio de lembranças. É da memória e do conhecimento intelectual do passado que as pessoas oprimidas alimentaram sua fé em Deus que revigora o espírito e estão dispostas a caminhar novamente com as pessoas que sofrem”, disse ele. “Os comunicadores de hoje, como os do passado, têm a missão de testemunhar o tempo presente através das histórias contadas”.

Assim, por exemplo, em um contexto em que as más notícias estão se multiplicando, assim como o curso de uma pandemia, as comunicações sociais têm a tarefa de promover informações positivas, promovendo o bem, a vida, a narração de boas histórias e a esperança, como exorta o Papa Francisco.

Tecer histórias

“A Pastoral da Comunicação deve ser a voz que grita no deserto e proclama a Boa Nova que está acontecendo nas comunidades, paróquias e dioceses de todo o Brasil. Devemos nos unir e fazer ressoar a mensagem na mídia de inspiração católica e também na mídia leiga. A narrativa é algo inerente à missão dos comunicadores. Devemos tecer histórias e não pode ser uma história qualquer”, acrescentou Tullio.

O coordenador Pastoral enfatiza que o avanço do coronavírus levou de uma vez por todas a Igreja para o ambiente digital e que ela não poderá renunciar quando tudo isso acabar: “Quando nossas igrejas forem reabertas e nossas celebrações com a presença do povo retomarem, não poderemos esquecer os fiéis que, de sua igreja de origem, permanecerão ligados a ela”. Caminharemos de mãos dadas com o Magistério da Igreja, com reflexões teológicas e tecnológicas para valorizar ainda mais a nossa presença neste ambiente. É preciso que as pessoas que nos seguem de casa continuem a sentir a presença da Igreja”, concluiu.

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