A EMEF Carmem Lúcia Carvalho Blanco Brito, localizada na Vila Amaral, está promovendo uma exposição contemplativa sobre o continente africano e suas pluralidades. A iniciativa, que estará aberta ao público até o dia 4 de dezembro, foi idealizada pela professora e narradora de histórias Kaká Vieira, que trabalhou o tema ao longo do ano com seus alunos do 4º ano.
“Como estou com o 4º ano e o currículo contempla a migração dos povos africanos para o Brasil, encontrei uma oportunidade para destacar as coisas belas que herdamos dos nossos ancestrais e a importância da cultura africana na formação do povo brasileiro”, explicou Kaká.
A ideia foi abraçada por todas as professoras do ensino fundamental 1, que contribuíram com diferentes elementos para a montagem da exposição. “Confio muito nas minhas professoras. Aqui elas têm total autonomia e apoio para desenvolverem trabalhos importantes como este. Quando isso acontece, não só a escola ganha, mas todo o bairro se enriquece”, comentou o diretor Marcos Galli.
A exposição foi construída com o apoio de estagiárias, auxiliares e da intérprete de Libras da escola. Cada turma do fundamental 1 explorou um tema específico, abordando as cores, histórias e contribuições culturais dos povos africanos. “Precisamos despertar nas crianças o amor e encantamento pelo continente africano. Contamos histórias das princesas e príncipes que foram presos em sua terra e trazidos para o Brasil, sempre enfatizando o respeito e plantando a semente do senso crítico que será desenvolvida no ensino fundamental 2”, explicou Kaká.
Os alunos do fundamental 2 também participaram da iniciativa. Orientados pelo professor de Língua Portuguesa Francisco de Assis Fernandes, eles criaram móbiles com frases de empoderamento, celebrando o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.
Vera Lourdes Gomes, mãe de aluna e estagiária na escola, destacou a emoção ao ver o resultado. “Sou negra e tenho muito orgulho de dizer isso. Moro na Vila Amaral desde os meus oito anos e nunca vi uma mostra tão linda sobre nossa cultura como essa da escola Carmem Lúcia. Temos cores diferentes, mas o sangue que corre em todos é igual.”
O diretor Marcos Galli reforçou o papel da escola no combate ao racismo. “Falar sobre consciência negra é reconhecer que o racismo é um problema estrutural. As escolas precisam adotar uma postura institucional antirracista. Esse deve ser um compromisso de toda a comunidade escolar.”