Nessa semana, o cenário musical perde dois nomes conhecidos da regência de canto coral. Martinho Lutero Galati e Naomi Munakata estavam internados e morreram em decorrência do COVID-19.
A maestrina Naomi Munakata morreu aos 64 anos nesta quinta-feira (26) na capital paulista. A musicista estava internada havia uma semana, com a confirmação de coronavírus. Ela era regente do Coral Paulistano Mário de Andrade do Teatro Municipal, seu último trabalho.
Naomi nasceu em Hiroshima e veio para o Brasil aos dois anos de idade. Estudou instrumentos como piano, violino e arpa e se formou em composição e regência na Faculdade de Música do Instituo Musical de São Paulo. Ela foi diretora da Escola Municipal de Música de São Paulo e durante duas décadas regeu o Coral da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp.
Já o maestro Martinho Lutero Galati de Oliveira, criador da Rede Cultural Luther King (1970), morreu em São Paulo, nesta quarta-feira (25), aos 66 anos. De acordo com sua esposa, ele foi internado em 17 de março. O primeiro teste realizado para identificar a COVID-19 deu negativo. Já o segundo deu positivo, mas o resultado só foi informado durante o processo de certidão de óbito. Martinho havia apresentado melhora no quadro de saúde ao longo da manhã, mas sofreu uma parada cardíaca durante a noite.
O maestro Martinho Lutero Galati de Oliveira, que tem cinco décadas ininterruptas de produção musical, criou o Coro Luther King aos 16 anos. Já o Coro Cantosospeso foi criado por ele já 34 anos em Milão, na Itália. O nome é uma homenagem a uma das obras do compositor italiano Luigi Nono, de quem Martinho foi aluno.
Nas redes sociais o maestro são-roquense Rogério Alves lamentou a perda. “A comunidade do canto coral brasileiro hoje dorme mais triste. Perdemos hoje dois grandes talentos para o coronavirus: Maestro Martinho Lutero e Maestrina Naomi Munakata. Que honra ter sido contemporâneo destes dois grandes músicos. Que orgulho poder conviver ao mesmo tempo nessa terra com tanto talento. BRAVÍSSIMO!”
(Com informações: G1 e Veja SP)