Psicóloga lança livro sobre experiência que conecta saúde mental às artes plásticas | Cultura

A ideia de usar espaços de arte como recursos para a promoção da saúde mental ultrapassou as distâncias demográficas e aterrissou em São Paulo. A capital paulista foi escolhida pela psicóloga Robertha Blatt como o segundo destino do lançamento de seu livro “Arte Aproxima”, um relato da exposição homônima que dominou o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em meados de 2018 e 2019. A primeira parada do lançamento aconteceu em terras cariocas e foi um sucesso. O evento acontecerá no dia 13 de junho, às 18h, na Bolsa de Arte.

Robertha tem 20 anos de atuação como terapeuta, e foi no consultório que teve origem sua inquietação sobre o potencial da arte e dos museus para serem espaços de promoção do bem-estar. A exposição nasceu após um ano dedicado à pesquisa e concepção, com artistas, educadores e psicólogos, entre outros profissionais, de formas de receber, acolher e estimular os visitantes. Segundo estimativa do Museu Nacional de Belas Artes, a “Arte Aproxima” recebeu mais de dez mil pessoas nos três meses em que esteve aberta – e com grande participação de crianças, em grupos escolares.

Para o projeto, Robertha teve a colaboração da crítica de arte, curadora e escritora Lisette Lagnado – que esteve envolvida com a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ), e que tem no currículo curadorias no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri (Espanha), na Bienal de Berlim e na 27ª Bienal de São Paulo. Lisette, inclusive, estará presente no evento de lançamento do livro para uma roda de conversa. O trabalho também teve a participação dos artistas Aline Gonet, Emília Estrada, Prilli, Efrain Almeida e Ernesto Neto.

O livro que nasce da exposição é o registro dessa experiência. “O museu tem um potencial que tradicionalmente não está associado à saúde. E essa é uma transformação que precisa acontecer, para que organizações, museus e galerias de arte, que tradicionalmente não fazem parte da oferta de saúde pública, possam repensar seu papel como agentes sociais de mudança, conectados às necessidades da comunidade à sua volta”, explica Robertha.

A psicóloga acredita que, no futuro, o museu poderá ser explorado como um lugar mais vivo para encontros e transformação. “É um ambiente que tem potencial para provocar relaxamento, um momento de introspecção. Não é sobre fazer terapia, mas as propostas que acontecem no museu são terapêuticas. Ajudam a trazer uma consciência, uma percepção de si.”

Conexão Rio-São Paulo

Para o futuro, os planos de Robertha incluem um novo projeto de arte, que já foi inscrito e aprovado na Prefeitura de São Paulo e está em fase de captação de recursos. A ideia é criar um coletivo interdisciplinar que reúna profissionais das artes, da educação e da psicologia para desenvolver cursos e formações que pensem caminhos para a democratização do acesso à produção artística, destacando seus efeitos terapêuticos.

A partir dessas interações, serão desenvolvidas as atividades do projeto, que culminarão em uma exposição itinerante que circulará não apenas no circuito cultural das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, como em espaços públicos, escolas e outros ambientes alternativos não necessariamente ligados à arte. O público almejado, de crianças, famílias, professores, jovens e idosos, visa privilegiar trocas intergeracionais. “Este é um projeto longo, organizado em várias áreas, que foi idealizado com o intuito de promover novos caminhos de vitalidade, fortalecimento e cuidado”, conta Robertha.

Serviço

  • Lançamento do livro “Arte Aproxima”
  • Quando: 13 de junho, às 18h
  • Onde: Bolsa de Arte. Rua Rio Preto, 63, Cerqueira César-SP.
  • Editora: Nau das Letras
  • 1ª Edição – 176 páginas
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