O Ministério Público de São Paulo investiga um esquema bilionário de corrupção e sonegação fiscal que envolve empresas de grande porte, entre elas a Ultrafarma e a Fast Shop. Segundo delação do empresário Manoel Conde Neto, ex-dono da rede Farma Conde, a Ultrafarma teria deixado de declarar até 60% das vendas, prática confirmada em parte após acordo de não persecução penal firmado em junho, quando a empresa aceitou pagar R$ 32 milhões.
O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado como líder do esquema, usava sua posição na Secretaria da Fazenda para acelerar restituições de ICMS, cobrar comissões de até 40% e oferecer “risco zero de fiscalização” às empresas. Ele tinha até acesso ao certificado digital da Ultrafarma, o que facilitava a fraude.
O caso também cita o envolvimento de Fernando Capez, ex-promotor contratado para defender a Ultrafarma, com honorários pagos por empresa ligada ao auditor. A Farma Conde, que já havia sido investigada em 2017 e devolveu mais de R$ 300 milhões ao Estado, reaparece agora como denunciante.
A investigação aponta que mais de R$ 1 bilhão teria sido movimentado no esquema. Tanto a Ultrafarma quanto a Fast Shop afirmam colaborar com as autoridades.
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