O câncer de pele permanece como o tipo mais frequente no Brasil, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados anualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Mesmo sendo altamente prevenível e tratável quando identificado precocemente, exige atenção contínua e acompanhamento especializado.
O dermatologista Dr. Eduardo H.K. Oliveira, especialista em Oncologia Cutânea e Cirurgia Dermatológica, explica os principais fatores de risco, sinais de alerta e as opções atuais de tratamento.
Principais causas e fatores de risco
A radiação ultravioleta (UV) continua sendo o maior fator ligado ao desenvolvimento do câncer de pele.
- Raios UVA: penetram profundamente e geram dano cumulativo.
- Raios UVB: causam queimaduras e alterações diretas no DNA.
Outros fatores importantes:
Fatores não modificáveis
- Pele clara
- Olhos claros
- História familiar de melanoma
- Nevos displásicos (pintas atípicas)
Fatores modificáveis
- Exposição solar excessiva
- Queimaduras solares na infância
- Uso de câmaras de bronzeamento artificial
Outros agentes que elevam o risco
- Radiação ionizante
- Infecções crônicas por HPV (especialmente em mucosas)
- Processos inflamatórios persistentes
- Cicatrizes de queimaduras antigas
- Úlceras venosas crônicas
- Dermatoses inflamatórias mantidas
- Uso de imunossupressores, sobretudo em pacientes transplantados
Diagnóstico precoce
A detecção precoce é essencial para um melhor prognóstico. O Dr. Eduardo destaca a regra ABCDE do melanoma:
- A – Assimetria
- B – Bordas irregulares
- C – Cores variadas
- D – Diâmetro maior que 6 mm
- E – Evolução (mudanças recentes)
Outros sinais de alerta:
- Lesões que não cicatrizam em 4 a 6 semanas
- Mudanças em pintas já existentes
- Prurido, sangramento
- Nódulos de crescimento rápido
- Lesões peroladas com vasinhos superficiais
Acompanhamento
- Baixo risco: autoexame mensal + consulta anual
- Alto risco (histórico familiar, nevos atípicos, imunossupressão): consultas mais frequentes, muitas vezes com dermatoscopia digital
Tratamentos disponíveis
O tratamento depende do tipo e estágio do tumor.
Carcinomas basocelulares e espinocelulares iniciais
- Excisão cirúrgica com margens adequadas: padrão-ouro
- Cirurgia Micrográfica de Mohs: indicada para maior risco de recorrência, com análise completa das margens durante o procedimento
Melanoma
- Imunoterapia: inibidores de checkpoint (pembrolizumab, nivolumab)
- Terapias-alvo: inibidores de BRAF e MEK, eficazes em casos com mutações específicas
Prevenção
Mesmo com o avanço das tecnologias, a prevenção continua sendo o principal meio de combate:
- Proteção solar diária
- Roupas adequadas e chapéus
- Óculos escuros
- Observação cuidadosa de sinais suspeitos
“Diagnóstico precoce e acompanhamento regular fazem toda a diferença”, reforça o Dr. Eduardo.
Sobre o especialista
Dr. Eduardo H. K. Oliveira – Dermatologista formado pela UnB.
Cirurgião Dermatológico. Especialista em Oncologia Cutânea, Cirurgia Dermatológica e Cirurgia de Mohs no Reino Unido (Royal Victoria Infirmary).
Instagram: @dr.edudermatologista

