A doença renal crônica (DRC) se tornou a nona principal causa de morte no mundo, segundo um estudo conduzido pela NYU Langone Health, em parceria com a Universidade de Glasgow e o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington.
O levantamento, publicado na revista The Lancet em 7 de novembro, revela que mais de 1,48 milhão de pessoas morreram em 2023 em decorrência da doença, que hoje atinge cerca de 14% da população adulta.
Desde 1990, o número de casos praticamente dobrou, evidenciando o avanço de um problema de saúde pública global que muitas vezes evolui sem sintomas aparentes.
O que é a doença renal crônica
A DRC ocorre quando os rins perdem gradualmente a capacidade de filtrar o sangue, resultando no acúmulo de impurezas no organismo.
Por ser uma doença silenciosa, muitos pacientes não percebem os sinais até estágios avançados, quando pode ser necessária diálise ou transplante renal.
A condição também aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
Fatores que impulsionam o aumento dos casos
Os pesquisadores apontam que o envelhecimento da população e o crescimento de doenças como hipertensão, diabetes tipo 2 e obesidade estão entre as principais causas do aumento da DRC.
Outro fator de preocupação é o diagnóstico tardio — em muitos países de baixa e média renda, a doença é descoberta apenas em estágios avançados, quando o tratamento é mais complexo e oneroso.
O estudo ainda indica que a DRC contribui para até 12% das mortes por doenças cardíacas, reforçando a importância do acompanhamento regular da saúde renal.
Sintomas e sinais possíveis
- Fadiga, fraqueza ou cansaço persistente
- Alterações na urina (frequência, coloração, espuma ou presença de sangue)
- Inchaço nos tornozelos, pés, pernas, mãos ou rosto
- Pressão arterial elevada ou difícil de controlar
- Perda de apetite, náuseas ou vômitos
- Coceira na pele, pele seca e alterações no hálito
- Dificuldade de concentração ou sensação de confusão mental
Prevenção e cuidados
Especialistas alertam que a prevenção é a forma mais eficaz de reduzir o impacto da doença.
Entre as recomendações estão:
- Controlar a pressão arterial e a glicose
- Adotar uma alimentação equilibrada
- Evitar o consumo excessivo de sal e ultraprocessados
- Não utilizar medicamentos sem orientação médica
O alerta tem impacto direto no Brasil, onde o crescimento dos casos de diabetes, obesidade e hipertensão aumenta o risco de doenças renais.
Os autores defendem investimentos em políticas públicas de rastreamento e ampliação do acesso à diálise e ao transplante renal, especialmente na rede pública de saúde.
O estudo conclui que a doença renal crônica deve ser encarada com a mesma prioridade que outras doenças crônicas, dada sua crescente relevância global e alta taxa de mortalidade.

