Dona Regina e o Restaurante da Vovó | O Democrata

“Quando minha bisneta Isabela foi embora para o Japão, eu não quis ir até o aeroporto com os outros da família. Meu coração não ia aguentar vê-la partir. Chorei muito durante dias, ela morava comigo desde pequena. Quando era criança levantava cedo, ia até minha cama e dizia: Biza, acorda já tem sol.  Ela queria mesmo era jogar baralho,  mas não gostava de perder, ficava muito brava, então sempre a deixei ganhar”, relembra emocionada, Dona Regina, com 90 anos de idade.

Em 1933, com apenas 5 anos de idade,  Sadako Kaji, conhecida como Regina, (nome dado carinhosamente pelos próprios moradores) sai do Japão, com os pais e os irmãos, para ganhar a vida no Brasil. Vieram para São Paulo para trabalhar na lavoura, em diversas cidades do interior de São Paulo. “Quando morávamos no Japão, diziam que o Brasil era um país rico, que dava dinheiro até nas árvores. Mas, com 10 anos de idade, ganhei uma enxada e logo comecei a trabalhar nas lavouras. Não entendia aquilo”, conta em gargalhadas.

Em 1976 vieram para Alumínio e seu pai comprou um restaurante por uma oferta tentadora, o antigo dono não conseguiu alavancar os negócios e o passou adiante.  Três meses depois o “Restaurante da Vovó” (como era conhecido desde o antigo dono) começou a crescer e foi sucesso nos anos 1970 e 1980.  As empreiteiras da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) mantinham o estabelecimento sempre cheio, além da entrega de marmitas, dentro da fábrica.

Em 1990 a CBA construiu seu próprio restaurante, com isso, Dona Regina perdeu muitos clientes.  Então, o Restaurante da Vovó transformou-se no Bar e Lanchonete do Tato.  Para quem gosta de futebol, o local é perfeito para encontrar com os amigos.  Aliás, depois dos netos, o futebol, e, sobretudo o Corinthians, é sua maior paixão.  É comum em dias de jogos ou finais de semana encontrar a família unida na casa da corintiana.

Dona Regina perdeu o marido Koichi Watanabe, em um acidente de barco durante uma pescaria no Mato Grosso e ele tinha apenas 56 anos.  Desde então, ela assumiu o controle da família. Criou 5 filhos, Renato Watanabe, Carlos Myal, Renato Toshio, Neusa Setuko e Angélica Yaiko e ainda, ajuda na criação e educação de 9 netos e 9 bisnetos.

 

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