Durcema Judith Villaça Boccato e a crônica social de O Democrata | O Democrata

O Democrata durante décadas contou com as crônicas sociais de Durcema Judith Villaça Boccato que faleceu nesta terça-feira (18 de janeiro), aos 91 anos. Casada com Osmar de Castro Boccato, filho de Heitor (Rino) diretor de O Democrata, Durcema registrou a vida social de São Roque com uma linguagem rica em detalhes. Em tempos de redes sociais, onde a imagem é praticamente tudo, lembramos de um texto rico em detalhes que descrevia roupas, ambientes e cardápios onde o leitor acionava a imaginação para recriar as festas da sociedade local.

Viajando pelo Arquivo de O Democrata fazemos uma escala na edição de 30 de outubro de 1971 quando Durcema relatou a terceira edição do Baile das Debutantes (adolescentes de 15 anos), no São Roque Clube.

“O dia correu célere com as aprontações e a noite chegou gostosa. Era uma noite de gala para receber as 19 debutantes. Da entrada até o salão, arranjos de brancas palmas. Para as damas cravos vermelhos. O salão profusamente iluminado, as mesas tomadas pelos familiares das meninas-moças, os convidados, brotos, todos esperando a grande hora.”

“Precisamente às 23 horas e 30 minutos com o comando do apresentador Osvaldo Calfat e tendo como fundo musical o conjunto de Roberto Ferri, começou a mais bela exposição de pintura que aos olhos dos sanroquenses foi dado ver.”
Durcema citava uma a uma as 19 debutantes. Aqui um exemplo. “MARIA CRISTINA – trajava modelo em organza [tecido fino] de seda pura com acabamento em cetim, sendo o cinto em roletes com três camélias, na saia recortes com panos em godê [efeito de ondulação] arrematados em camélias”.

No mesmo ano (7 de agosto de 1971) tem o registro do casamento de Yayá e Anibal. “Abriram-se as portas do Colégio São José no último dia 31 para que Yayá desse entrada à nave, para perante ao altar de Deus tornar-se a sra. Annibal Peres… Vestia sóbrio modelo em renda racine. Emoldurando seu feliz semblante um arranjo em rosas e botões de laranjeiras… Yayá é filha do sr. Álvaro Villaça e D. Maria Gomide Villaça (ela em modelo midi em helanca marinho)”.
Durcema costumava registrar as festas familiares. No Arquivo de O Democrata encontramos a crônica do casamento do filho Osmar Henrique (Maique), que no dia 9 de janeiro completou 40 anos de união com Sandra.

“Às 15 horas do último sábado, dia 9 [janeiro de 1982], o nosso templo de fé cristão (decorado por Iris, Cinira e Nesinha), abriu suas portas para nela adentrar a meiga Sandra Maria Dias Thomaz. Conduzida por seu pai Osvaldo, uniria-se, pelos sagrados laços do matrimônio com Osmar Henrique Villaça Boccato”.

E caprichou na descrição do vestido da noiva. “Vestia belíssimo modelo em lycra de seda pura com cinturão em renda guipure de onde desciam delicados entremeios terminando com aplicações em flores recortadas. Nas costas pala também em guipure de onde saia cauda tomada rematada em flores recortadas em lantejoulas (criação de Jaqueline). Casquete com várias guirlandas em minúsculas margaridas presas por um arranjo em rosas e botões em organdi suíço (criação de Fabian). O noivo (em terno cinza Jacques Fath) foi recebê-la…”

Ela que relatou tantos casamentos, mas também teve a sua união registrada em O Democrata. O casamento foi no Natal de 1949.

“O casamento da graciosa senhorinha Durcema Judith Villaça, prendada filha do sr. dr. Durval Villaça e da exma.

Professora Iracema Villaça, com o estimado jovem professor Osmar de Castro Boccato, filho do sr. Heitor Boccato e da exma. sra. d. Adelina de Castro Boccato”.

Curiosidade. Os nomes dos pais deram origem a Durcema, a junção de Durval e Iracema.

Vander Luiz

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