A 94ª Romaria dos Cavaleiros de São Jorge parte de São Roque, na manhã da próxima quarta-feira (30 de abril), com destino ao Santuário do Bom Jesus de Pirapora, retornando no dia seguinte. Uma tradição iniciada, em 1929, pelo Monsenhor Silvestre Murari (23/09/1897 – 23/02/1978), que viu na romaria uma forma de motivar a participação dos homens na vida religiosa, com o apoio da Liga Católica Jesus, Maria e José. Embora tenha assumido a paróquia de São Roque em 6 de abril de 1930, já mantinha ligação com a cidade desde que foi ordenado sacerdote, em 1926, na Igreja de Santa Efigênia (São Paulo).

O Arquivo Vivo resgata o cinquentenário da romaria, celebrado em 1979, quando foi inaugurada a imagem de São Jorge em um na esquina das avenidas Tiradentes e John Kennedy. A escultura em bronze que foi furtada na madrugada de 5 de julho de 2021 e recuperada no dia seguinte, em Itaquaquecetuba, após uma ligação anônima à Guarda Municipal de São Roque.

No ano do cinquentenário, a Sociedade Cívica dos Cavaleiros de São Jorge, presidida por José Egydio Capuzzo, preparou uma programação especial. O Democrata publicou o convite-convocação aos associados, interessados e todos os cavaleiros para uma importante reunião no dia 9 de abril, às 20h, na sede da Corporação Musical Liberdade, a fim de tratar dos preparativos da 50ª romaria — o jubileu de ouro.

O Democrata destacou que a romaria seria “uma grande festa para todos nós”. “O ambiente é de intensa euforia”, porque, ao longo dos anos, a romaria “tornou-se um acontecimento marcante na vida da comunidade”. Destacou o apoio da administração do prefeito Quintino de Lima (1977–1982), por meio do Contur (Conselho de Turismo). O prefeito participava ativamente abrindo a fila das charretes da caminhada na companhia dos netos.

A Prefeitura de São Roque anunciou uma significativa homenagem a todos os romeiros, em especial ao saudoso Monsenhor Silvestre Murari, com a inauguração de um obelisco que traria, segundo informações, uma placa para perpetuar o nome do criador da romaria.
Esperava-se também a presença do padre Luciano Túlio Grilli, que, quando pároco em São Roque, foi o primeiro presidente da Sociedade Cívica dos Cavaleiros de São Jorge.
Na mesma edição, O Democrata publicou a letra de uma música composta por um romeiro cujo nome não foi divulgado. Aqui, a segunda estrofe:
“Os romeiros com bandeira e muita devoção não se adiantam nem se atrasam,
têm amor no coração. Cada um respeita o outro para poder ser respeitado,
olha que estamos chegando, vejo o rio aqui do lado.”

A programação estendeu-se por mais alguns dias. No sábado, 5 de maio, o “dinâmico” José Henrique Campos de Oliveira exibiu produções do Estúdio Cinematográfico Sanroquense, no Recinto da Festa do Vinho (Recanto da Cascata), com destaque para o filme da romaria de 1977, com narração de Henrique de Gaspri, e slides da edição de 1978. No encerramento, realizado na Praça da Matriz (dia 6), entrega de medalhas, troféus e cartões de prata. O deputado Lino de Mattos (MDB) homenageou cavaleiros, o prefeito Quintino de Lima, Rubens de Andrade, José Egydio Capuzzo, Francisco Onofre de Oliveira, o jornal O Democrata, pelos 62 anos de fundação, e os padres Antonio Carlos Barra e Luciano Túlio Grilli. Destaque para o romeiro Benedito Amaro da Silva (Castelinho), que completou 49 participações na romaria.
Vander Luiz