O município de Alumínio completou 32 anos de emancipação político-administrativa nesta quarta-feira (2 de abril), dia do padroeiro São Francisco de Paula. O Arquivo Vivo mostra reportagens do jornal O Democrata que relatam o resultado do plebiscito (realizado em 19 de maio de 1991), que definiu a emancipação de Mairinque, e a eleição do primeiro prefeito e da Câmara Municipal.

Antes, algumas informações históricas. Em 6 de junho de 1888, o empresário Antonio Proost Rodovalho (27/01/1838 – 31/12/1913) adquiriu a Fazenda Pantojo, onde o engenheiro Dr. Eusébio Stevaux (14/08/1826 – 21/02/1904) explorava jazidas de mármore, calcário, pedras de cimento e granito. Stevaux foi o engenheiro responsável pela construção do trecho entre São Roque e Sorocaba da Estrada de Ferro Sorocabana.

O coronel Rodovalho, grande investidor, deu início, em 1892, às atividades da fábrica Cimento Rodovalho. A patente de coronel lhe foi concedida pelo apoio ao Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai (1864–1870).
Em 1921, a fábrica encerrou suas atividades. O imigrante português Antonio Pereira Ignácio e seu genro, José Ermírio de Moraes, iniciaram, em 1941, a instalação de uma fábrica de alumínio. Inaugurada em 4 de junho de 1955, a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) estava localizada no município de São Roque, até a emancipação de Mairinque (1958). A empresa do Grupo Votorantim, a maior produtora de alumínio do Brasil, transformou a região que passou a ser conhecida como Alumínio, sendo elevada à condição de distrito em 14 de maio de 1980 (Lei Estadual nº 2.343).

O próximo passo seria a emancipação de Mairinque. Inicialmente, o plebiscito estava marcado para 5 de novembro de 1989. No entanto, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedeu liminar suspendendo a consulta pública, atendendo a mandado de segurança impetrado pelo prefeito de Mairinque, Antonio Alexandre Gemente.
O plebiscito foi finalmente realizado em 19 de maio de 1991, e o “sim” à emancipação venceu com 96% dos votos. “Dos 8.097 eleitores inscritos e aptos ao voto, compareceram às urnas, em Alumínio, 5.740 votantes, numa porcentagem de 71%. Votaram 5.455 pelo SIM; 161 pelo NÃO; 42 em branco e 82 nulos”, publicou O Democrata (25/05/1991). A apuração foi realizada no ginásio de esportes do Grêmio União Sanroquense. No mesmo dia, os moradores de Araçariguama também foram favoráveis à emancipação de São Roque, com 95% dos votos.

No entanto, Alumínio efetivamente tornou-se município em 1º de janeiro de 1993, quando tomaram posse os eleitos em 3 de outubro de 1992. O primeiro prefeito foi José Aparecida Tizeo (vice-prefeito de Mairinque entre 1988 e 1992), que teve como vice Ancelmo Ramos dos Santos. Tizeo (PFL) somou 2.688 votos, superando Neto (PMDB), com 2.349; Alexandre Figueirôa (PDT), com 2.302; e Dona Tonica (PT), com 141 votos. Brancos: 471; nulos: 415.

A primeira legislatura da Câmara Municipal de Alumínio contou com os seguintes vereadores: Jaime Henrique Duarte (PDT, 353 votos), Luiz Tisêo (PFL, 248), Vitor Lippi (PDT, 209), Osmir Faustino da Silva (PSDB, 199), João “Paulista” Batista da Silva (PFL, 186), Raimundo Azevedo (PDT, 177), Diná de Oliveira Silva (PMDB, 161), Geraldo “Atleta” Oliveira Campos (PSDB, 140) e Paulo “da Farmácia” Simões (PFL, 129). O médico Vitor Lippi já havia sido vereador em Mairinque (1989–1992) e foi prefeito de Sorocaba por dois mandatos (2005–2012). Atualmente, é deputado federal em seu terceiro mandato.
Vander Luiz