A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto deve causar prejuízos diretos às exportações de itens perecíveis, como frutas frescas, café, suco de laranja e pescados. O impacto atinge especialmente cadeias produtivas agrícolas e aquícolas que dependem do mercado norte-americano, gerando preocupações logísticas e risco de cancelamento de contratos já firmados.
Frutas como manga, uva, melão e açaí estão entre os produtos mais afetados, enquanto o café brasileiro — que responde por 30% do consumo dos EUA — pode perder competitividade para outros países. O suco de laranja, do qual o Brasil é praticamente o único fornecedor para os EUA, também corre risco de retração. Já o setor de pescados enfrenta contêineres retidos em portos, afetando exportadores de tilápia e peixes de água doce.
Apesar do cenário, o Brasil ainda não aplicou medidas de retaliação sobre produtos perecíveis norte-americanos. A Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada em junho, autoriza ações compensatórias, mas até o momento o governo federal prioriza negociações diplomáticas.
Por que isso importa?
O decreto tarifário norte-americano pode comprometer fortemente a balança comercial brasileira em setores-chave, ameaçando empregos e pequenas empresas exportadoras, além de pressionar o Brasil a buscar novos mercados e ajustar sua política externa comercial.