Falta de chuvas em São Roque e região preocupa abastecimento

O primeiro semestre de 2021 terminou com o mais baixo volume de chuvas registrado na região desde 2017, ano em que se iniciou o monitoramento pluviométrico pela concessionária de água e esgoto. Neste ano, já foram seis meses consecutivos com o volume de chuvas abaixo das médias climatológicas históricas. Assista no nosso Canal do YouTube:

O mês de junho, em Mairinque, por exemplo teve o registro de apenas 7,6 milímetros de chuva na cidade, de acordo com dados da rede pluviométrica do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), responsável por medir o volume de chuvas em todo o estado de São Paulo. Esse índice é 88% inferior ao registrado em 2020, quando no mesmo mês foram contabilizados 68 milímetros de chuva. No comparativo com o volume médio esperado para junho, que é de 40 milímetros, a redução é de 81% nas chuvas de 2021.

O nível da represa de Itupararanga também continua caindo. Segundo a empresa Votorantim Energia, gestora da Usina Hidrelétrica de Itupararanga, atualmente, o reservatório opera com volume de 36%. O índice é menor do que há um mês, quando estava com 40,55% do volume útil do reservatório, em 1º de junho de 2021, ou seja, ocorreu uma queda de 4,55% no período. A represa de Itupararanga abastece cerca de 85% da cidade, além de alguns municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

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Situação em Itupararanga – Foto: Júlio Martins

“O baixo volume de chuvas já era esperado para o outono, mas, neste ano, os índices pluviométricos são menores desde o verão, quando costuma chover mais. Como não tivemos uma boa recarga dos níveis dos reservatórios e lençol freático no período que deveria ser chuvoso, a chegada recente do inverno, que é a estação mais seca do ano, coloca toda nossa região em estado de alerta”, explica Rodrigo Dias, diretor de operações da Saneaqua.

Assembleia Legislativa vai debater o assunto

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Carlão Pignatari, convidou o secretário de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, e o diretor-presidente da Sabesp, Benedito Braga, para debaterem soluções aos efeitos da falta de chuvas no Estado.

Com o nível baixo de rios e represas, a geração de energia elétrica fica prejudicada, assim como a agricultura, a pesca, o abastecimento humano e a navegação pela hidrovia Tietê-Paraná – importante via de escoamento da produção de grãos (milho e soja) e outras culturas da região Centro-Oeste.

A iniciativa partiu de um encontro que Carlão teve com Braga nesta segunda-feira (5/7), durante reunião do governador João Doria com o secretariado estadual e outros chefes de Poderes. Uma audiência pública será marcada para a conversa. Todos os parlamentares poderão participar.

“Essa é uma preocupação muito grande [falta de chuvas]. Os nossos reservatórios estão muito baixos e a previsão é de que as chuvas no Verão sejam insuficientes para recuperação”, disse Carlão. “Podemos ter uma parada do nosso transporte fluvial, o que é um prejuízo para São Paulo e um prejuízo para todos nós causado pela falta de chuvas”, completou.

Carlão Pignatari contou que, durante um encontro com agrônomos e pesquisadores do Estado no final de semana, foi informado de que o nível do lençol freático já baixou cerca de um metro na região noroeste do Estado. Lá, muitas cidades utilizam poços para abastecimento público.

O presidente afirmou que, em razão de medidas já tomadas na Grande São Paulo, não deve haver falta d?água como aconteceu em anos anteriores, com cenário de racionamento, entre outros. “A Sabesp diz que em São Paulo e na Grande São Paulo não vai faltar água neste ano. Mas eu tenho certeza de que podemos ajudar muito, fazendo com que as pessoas façam uso racional da água”, disse Carlão Pignatari.

Governo sancionou regionalização do saneamento

O Governador João Doria sancionou, nesta terça-feira (6), a Lei 17.383/2021, que dispõe sobre a criação de unidades regionais de saneamento básico, conforme estabelece a Lei Federal nº 14.026/2020 do novo Marco do Saneamento. A proposta do Executivo foi debatida na Alesp e aprovada por ampla maioria do Legislativo. A previsão é que os serviços de água e esgoto sejam universalizados até 2033.

“É uma vitória não apenas do meio ambiente e do Estado, mas da totalidade da população paulista, que, até a primeira metade da próxima década, terá acesso a saneamento básico com qualidade e mais dignidade”, destacou o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido.

Além disso, a regionalização abre possibilidade de compartilhamento de infraestruturas, viabilizando, economicamente, a universalização dos serviços em municípios menores e com pouca capacidade econômica.

Com Informações da Assembleia Legislativa de São Paulo, do Governo do Estado, da Votorantim Energia e da Saneaqua

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