A Justiça do Rio de Janeiro abriu um novo capítulo no caso da fraude bilionária envolvendo a Americanas. A 4ª Vara Empresarial publicou nesta segunda-feira (14/4) um edital convocando consumidores e acionistas prejudicados a se manifestarem em até 20 dias. Eles poderão integrar a ação movida pelo Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci), que cobra da varejista compensações por danos morais e materiais individuais.
O processo ocorre paralelamente à denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), que acusa 13 ex-executivos da Americanas de integrarem uma organização criminosa. As investigações da Polícia Federal revelam que o grupo operou um esquema fraudulento entre 2016 e 2022, com manipulação contábil para inflar lucros e distorcer o valor das ações da empresa.
Entre os denunciados estão o ex-CEO Miguel Gutierrez, apontado como líder da operação, e Anna Saicali, ex-presidente da B2W e do Conselho de Administração da Americanas. Também figuram na lista ex-diretores e vice-presidentes que, segundo a PF, utilizaram a estrutura corporativa para a prática sistemática de crimes.
A denúncia, com base em provas documentais, classificou o grupo no mesmo enquadramento penal de facções como o PCC e o Comando Vermelho, elevando a gravidade dos crimes para o nível de organização criminosa — cuja pena varia de 5 a 10 anos de reclusão.